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trabalhadores resgatados em condição análoga à escravidão, em uma fazenda no município de Ribeirão do Largo, sudoeste da Bahia, recebiam R$ 40 por mais de 10h de trabalho por dia. Eles ficavam abrigados em dois alojamentos, onde não havia água, banheiro, energia elétrica. A ação de resgate de 19 lavradores ocorreu na segunda-feira (27) e as condições dos trabalhadores foram detalhadas em coletiva de imprensa pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), na quarta-feira (29). O dono da fazenda não estava no local no momento da ação e se comprometeu a comparecer na sede do MPT para prestar depoimento. O proprietário deve pagar cerca de R$ 40 mil de encargos trabalhistas referentes às rescisões dos funcionários. Alguns dos trabalhadores resgatados são analfabetos e outros não tinham documentos, como por exemplo, a carteira de trabalho. Alguns deles ainda foram picados por aranhas e escorpiões durante a jornada. “Os trabalhadores foram encontrados em dois alojamentos, na condição de precariedade, com paredes deterioradas, com muitos buracos, o chão com tábuas apodrecidas, inclusive possibilitando que animais peçonhentos se alojassem, inclusive com picadas de escorpiões em um dos trabalhadores”, diz a auditora fiscal Lidiane Barros. Na fazenda, também não tinha local para refeição e a alimentação dos trabalhadores não era fornecida. Os homens trabalhavam sem proteção, sem luvas ou máscaras para a aplicação de defensivos agrícolas, que eram armazenados no mesmo local em que os trabalhadores dormiam. As camas onde eles dormiam também eram improvisadas, feitas pelos trabalhadores, que eram responsáveis por levar os próprios colchões e roupas de cama. Segundo informou o MPT, os homens trabalhavam na roçagem de terreno e no manejo de gado da fazenda. Os trabalhadores foram encaminhados para a casa deles, localizada em Itambé, a cerca de 40 km de Ribeirão do Largo. Eles foram cadastrados para receber atendimento social e cestas básicas.
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