Em 4 anos, Ceará reduz em quase 30% o número de assassinatos

O Ceará reduziu, nos últimos quatro anos, a taxa de mortes violentas intencionais em 29,9%, apontou o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Os resultados fizeram o Ceará cair do 3º para o 4º lugar nos índices de letalidade.

O estudo, publicado em edição especial para as eleições de 2022, apresenta dados relativos ao período entre 2018 e 2021 em todos os estado brasileiros. O levantamento abrange indicadores e estatísticas de crimes violentos, dados sobre o sistema penitenciário, investimento dos estados em segurança pública e remunerações das forças policiais.

No Ceará, as taxas de mortes violentas caíram de 4.788 casos em 2018 para 3.418 em 2021, com quedas relevantes em todas as categorias desse tipo de ocorrência.

Violência contra públicos vulneráveis

 

O Ceará também teve números divulgados em relação à violência contra públicos vulneráveis — como mulheres e crianças e adolescentes — no período analisado no estudo.

Entre 2018 e 2021, homicídios femininos tiveram queda de 25,8% no estado. Apesar da queda nesse tipo de crime, feminicídios subiram 1,4% no último ano, com 339 vítimas, e estupros de vulnerável ou não, aumentaram em 5,8%, com 1.929 registros.

Segundo a socióloga Jânia Perla Aquino, do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Ceará (UFC) e responsável pela pesquisa no território cearense, o estado não forneceu dados ou os forneceu “de modo insuficiente”, o que sinaliza descaso com esse público, cujo contexto de violência teve alta durante o período de isolamento social em razão da pandemia de Covid-19.

Devido a isso, o relatório não traz taxas relacionadas às lesões corporais dolosas no âmbito da violência doméstica, às medidas protetivas e às chamadas sobre violência doméstica para o 190.

Os números mais recentes de medidas protetivas de urgência distribuídas são de 16.666, em 2019, com apenas três medidas a mais em 2021. Já as medidas protetivas concedidas caíram, de 15.059 em 2019, para 14.182 no ano passado. Em 2020, a distribuição e a concessão dessas medidas teve a quantidade baixa no quadriênio, com 14.975 e 10.876, respectivamente.

“Em qualquer contexto esta lacuna seria danosa e no cenário cearense é particularmente grave por se tratar de um estado, cujas ocorrências de violência contra mulheres costumam ser numerosas e dramáticas”, considerou a pesquisadora, acrescentando que a falta de dados dificulta o diagnóstico da situação do estado e a realização de políticas públicas de enfrentamento à violência.

Investimentos

O estudo também salientou os valores investidos em segurança pública no período indicado. Ao todo, foram mais de R$ 12,7 bilhões investidos nos último quatro anos.

Apesar do aumento nas quantias investidas em cada ano, com exceção de 2020, a pesquisadora avaliou que os números indicam a necessidade de avanços ainda maiores no setor.

Fonte: G1 Ceará