Sônia Maria, 47, deu entrada no Hospital Regional do Cariri (HRC) no fim do mês de maio já em estado grave de infecção pela Covid-19. Desacordada, foi encaminhada diretamente para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Covid, e lá permaneceu por 11 dias. A irmã Neide Felipe diz que chegou a desacreditar na recuperação, já que “as ligações eram terríveis, sempre com notícias ruins”. “A gente só esperava saber que ela tinha falecido”, lembra.
No entanto, Sônia foi forte e conseguiu resistir. Saiu do setor, foi transferida para a UTI Geral e, de lá, encaminhada para a Unidade de Cuidados Especiais (UCE), onde permaneceu até a alta, no dia 22 de julho. Na última ala, passou muito tempo em coma e precisou fazer hemodiálise.
Para a família, o desafio começava a partir da alta: estar em casa com Sônia ainda debilitada exigiria um esforço gigante, e eles não sabiam por onde começar. Foi então que conheceram o Programa de Assistência Domiciliar (PAD) do HRC. A equipe, formada por médico, enfermeiro, fisioterapeuta e fonoaudiólogo, passou a acompanhar a família e a orientar quanto aos cuidados necessários para a recuperação da paciente.
Por meio do atendimento com a fisioterapeuta, Sônia recuperou a força muscular e, mesmo com algumas limitações, já consegue caminhar sozinha. “Eu vi o esforço da equipe para que ela se recuperasse; elas [as profissionais] sempre me aconselhando como fazer, e aí fomos trabalhando junto, hospital e família. Hoje, ela está ótima”, avalia a irmã.
PAD
O Programa de Assistência Domiciliar trabalha com foco em dois eixos: favorece a desospitalização, diminuindo o tempo de internação do paciente e possibilitando, dessa forma, a rotatividade de leitos entre os setores do hospital; e na recuperação do paciente assistido pela família, em seu próprio lar, melhorando a qualidade de vida e prestando suportes emocional e técnico para os familiares que precisam se acostumar a uma nova rotina de cuidados.
Equipe do PAD é formada por médico, enfermeiro, fisioterapeuta e fonoaudiólogo
Segundo a enfermeira do programa, Ângela Dias Albuquerque, a tarefa do PAD é orientar os familiares na continuidade dos cuidados ao paciente crônico, acamado, dependente pelo estado de saúde, sendo incapaz de realizar suas atividades de vida e autocuidado. “Durante as visitas domiciliares, avaliamos as respostas de pacientes à estimulação dos profissionais, nas reabilitações possíveis, como retirada de oxigênio e traqueóstomo; desmame de sonda nasoenteral para retorno à alimentação oral; mobilização; tratamento de lesões por pressão, levando mais autonomia e conforto ao paciente e segurança aos familiares”.
São atendidos pelo PAD do HRC pacientes que recebem alta e têm algum tipo de sequela grave, fazendo com que necessitem de ajuda de terceiros para se locomover, se alimentar, etc. Pacientes em cuidados paliativos também recebem acompanhamento. Quando a pandemia de Covid-19 começou, o programa passou a receber também pacientes acometidos pela doença. Até agora, 24 pacientes com sequelas graves causadas pelo coronavírus foram acompanhados pelo PAD após a desospitalização.
Fonte: Governo do Ceará