Wesley Safadão diz que não chegou a acordo com MP porque teria de declarar culpa e pagar cerca de R$ 1 milhão

O cantor Wesley Safadão afirmou na manhã desta sexta-feira (29), em publicação nas redes sociais, que o acordo proposto pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) não foi aceito pois o órgão queria que o artista se considerasse culpado pela vacinação irregular e pagasse uma quantia referente a R$ 1 milhão.

“Ontem tivemos mais um capítulo da história da vacina, tivemos uma reunião ontem pela manhã, com Ministério Público e infelizmente não chegamos a um acordo por dois motivos: 1- Queriam que eu me declarasse culpado; 2 – Queriam que eu pagasse uma quantia equivalente a quase um milhão de reais, sendo que para um cidadão comum é infinitamente menor o valor”, escreveu o cantor em publicação nos stories do Instagram.

O órgão ofertou o pagamento de um valor em dinheiro a uma organização social para que a investigação criminal fosse fechada. Já que não houve acordo, o processo deve seguir normalmente, conforme o MPCE. A legislação não veda novas rodadas de negociação sobre a pena, mas permite que o órgão já ofereça denúncia à Justiça.

O g1 entrou em contato com o Ministério Público, que ainda não especificou o valor ofertado na tentativa de acordo com o cantor, a sua mulher Thyane Dantas, e a assessora do músico, Sabrina Tavares.

Ainda segundo Safadão, a negativa em fazer o pagamento não foi porque a quantia seria doada a uma organização social. Ele também nega que tenha furado a fila da vacinação e que “apenas tomou a vacina em outro lugar porque foi orientado” dessa maneira, devido à lotação do lugar de origem.

“Sempre fui muito transparente com meu público, até demais! Se eu achasse que estava fazendo algo errado, ou cometendo um crime, vocês acham mesmo que eu publicaria? Claro, que fico muito triste com tudo isso, sei que errei, quem me conhece sabe meu coração e volto a dizer: Jamais faria algo assim se soubesse que era errado”, disse o cantor..

“Peço perdão à população da minha cidade, do meu país, hoje realmente vi que fui mal assessorado sobre me vacinar em outro local, me disseram que não tinha nenhum problema essa mudança e eu acreditei. Realmente fui mal orientado. Sei que errei e quero ser tratado como um cidadão e não da forma como estão querendo me tratar”, concluiu o artista.

O que acontece depois da recusa

O acordo de não persecução penal, como é formalmente chamado, foi solicitado em 14 de outubro pela própria defesa dos três.

Sem dar mais detalhes, o Ministério Público informou, em nota, após a recusa, que a investigação criminal continuará sendo analisada pelo Grupo de Trabalho Covid-19 da entidade, formado por cinco promotores e um procurador de Justiça.

O acordo de não persecução penal foi incluído na legislação brasileira por meio do pacote anticrime, em 2020. Em tese, o texto não veda a possibilidade de novas rodadas de negociação entre os investigados e o órgão ministerial.

Sem o acordo, Safadão, Thyane e Sabrina podem ser denunciados pelo Ministério Público pelas irregularidades cometidas na vacinação. Na prática, a investigação ainda não gerou um processo judicial, que pode torná-los réus.

Fonte: G1 CE