Quase metade das ligações para Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (192) no Ceará são trotes. Segundo a direção do Samu, entre janeiro e maio deste ano, das 65 mil ligações para o serviço, excluídos os pedidos de informação, 30.424 se tratavam de trotes, 46,8% do total, e 26.210, ou 40,3%, foram chamadas efetivas para regulação médica.
O órgão reforça ainda que o número de trotes recebidos pelo Samu, já é maior que o de ligações para realização de socorro e regulação médica. Somadas aos 4.533 enganos, as chamadas improdutivas somam 34.957, o correspondente a 53,8% do total. É mais que as chamadas efetivas para regulação e transferências reguladas ou não, que somam 30.043 ligações, ou 46,2%. De acordo com o coordenador do Núcleo de Educação Permanente (NEP), Rogério Pinto Giesta, os telefonistas do Samu 192 Ceará são treinados para identificar trotes e a maioria dessas chamadas é reconhecida.
“Os telefonistas são treinados para formular perguntas específicas que ajudam a identificar o trote, mas que também acabam atrasando algumas chamadas efetivas”, admite Rogério Giesta. Mas mesmo com o treinamento, ele diz que pelo menos uma viatura é deslocada diariamente para o atendimento a uma chamada que se revela trote. “Isso pode eventualmente atrasar o atendimento a uma pessoa que realmente precisa de socorro rápido”, lamenta o coordenador do NEP.
Atendimentos por mês
Em 2016, o Samu fez um total de 51.573 atendimentos no Ceará, o que representa 4.297 atendimentos por mês. O serviço funciona 24 horas por dia com equipes multiprofissionais de saúde, formada por médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e socorristas, que prestam o socorro em qualquer lugar, seja ele privado (residências, locais de trabalho etc) ou público (vias públicas), após chamada gratuita, feita através do 192. A cobertura do Samu 192 Ceará abrange 129 municípios, com população de 4.766.311 habitantes.
Quando o Samu recebe a ligação, um médico regulador faz o diagnóstico da situação e inicia o atendimento no mesmo instante, orientando o paciente ou a pessoa que fez a chamada sobre as primeiras ações que podem ser tomadas, como a prestação dos primeiros socorros ou a imobilização das vítimas, dependendo da gravidade do caso.
Em casos graves, o paciente é transferido de uma ambulância com UTI. O médico comunica a urgência ou emergência aos hospitais públicos ou Unidades de Pronto Atendimento (UPAs 24hs) e assim garante atendimento rápido com menos riscos de sequelas e redução de óbitos ao socorro precoce.
O serviço realiza atendimentos de naturezas diversas, como a vítimas de acidentes de trânsito, de ferimentos por arma de fogo e armas brancas, quedas, choque elétrico, afogamento e intoxicação. Atende, ainda, pacientes vítimas de infarto agudo do miocárdio, de AVC (Acidente Vascular Cerebral) e crises convulsivas e realiza atendimento pré-hospitalar de pacientes com insuficiência cardíaca e crise diabética.
Também é acionado para a realização de atendimento de casos gineco-obstétricos, como trabalho de parto e aborto; atua no atendimento médico de urgências psiquiátricas; efetua transferências hospitalares de pacientes graves que necessitam de remoção em UTI móvel entre os municípios.
G1-Ce