O Ministério da Saúde anunciou hoje que o governo federal vai comprar 46 milhões de doses da CoronaVac, vacina contra o coronavírus desenvolvida pelo Instituto Butantan, em São Paulo, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac Life Science.
O UOL apurou que o custo será de R$ 2,6 bilhões, considerando-se a cotação do dólar de R$ 5,60 — cada dose sairá ao preço de US$ 10,30 (cerca de R$ 58). Para isso, o ministério anunciou que será editada uma nova MP (Medida Provisória) para disponibilizar crédito orçamentário de R$ 1,9 bilhão.
A vacina, segundo o ministro Eduardo Pazuello, será incluída no PNI (Plano Nacional de Imunizações). “Temos a expertise de todos os processos que envolvem esta logística, conquistada ao longo de 47 anos de PNI. As vacinas vão chegar aos brasileiros de todos os estados”, disse o general que comanda a Saúde.
O anúncio foi feito durante reunião com 24 governadores na tarde de hoje, em um fórum virtual.
Os 46 milhões de doses devem ser entregues até dezembro de 2020, segundo o cronograma do Ministério da Saúde. Destas, 6 milhões serão produzidas na China e entregues em frascos unidose; os 40 milhões restantes, em frascos multidoses, ficarão a cargo do Instituto Butantan.
O cronograma indica ainda que mais 15 milhões de frascos multidoses serão distribuídos até fevereiro de 2021. Já em junho de 2021, a previsão é que se entregue outros 40 milhões de frascos multidoses, todos produzidos pelo Butantan.
Segundo o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), um dos participantes da reunião, Pazuello afirmou que o governo federal vai adquirir “todas as vacinas que estiverem disponíveis” para enfrentar a pandemia causada pelo novo coronavírus.
“Então, nós já poderemos ter vacinas a partir de janeiro”, disse Casagrande. Ele afirmou ainda que o Ministério da Saúde vai coordenar as ações de distribuir as vacinas de forma igualitária entre as regiões do país. “Essa coordenação é fundamental entre os entes da federação para que a gente dê o mesmo tratamento a todos os brasileiros.”
AstraZaneca terá produção a partir de abril
Além da CoronaVac, a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) deve começar, a partir de abril, a produção própria da vacina da AstraZeneca, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford (Reino Unido), e disponibilizar ao país até 165 milhões de doses ao longo do segundo semestre de 2021.
Como a Butantan-Sinovac e a AstraZeneca-Oxford estão em etapas avançadas de produção — ambas em fase 3, a última do processo, quando são testadas em milhares de pessoas —, a previsão é que a vacinação comece em janeiro de 2021. Mas elas ainda devem ser liberadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e ter eficácia e segurança garantidas, como determina o Ministério da Saúde.
De acordo com a pasta, profissionais de saúde e grupos de risco deverão ser os primeiros a receber a vacina.
O Ministério da Saúde anunciou ainda que acompanha mais de 200 estudos referentes à produção das vacinas contra a covid-19 e não descarta novas compras, caso haja necessidade. A prioridade, segundo a pasta, é entregar à população brasileira, no menor tempo possível, “uma solução segura e eficaz para a doença”.
Fonte: Uol