As estatinas são consideradas o tratamento padrão contra o colesterol. E, de acordo com uma pesquisa apresentada recentemente no encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, esses fármacos têm mais a oferecer: eles cortam o risco de morte por câncer de mama em até 38%. Os resultados foram obtidos pela revisão de sete estudos anteriores que, ao total, somam mais de 197 mil participantes.
Outro dado chamou a atenção dos cientistas: essa melhora de 38% só pôde ser testemunhada em mulheres que usaram as estatinas lipofílicas – uma variação do medicamento – por menos de quatro anos. Tal porcentagem caiu para 16% nas que empregaram os remédios por mais tempo. Uma possível explicação para o fenômeno, segundo os experts, é a de que esse comprimido só previne os óbitos de tipos de câncer de mama bastante agressivos, que em geral matam mais cedo.
Já o efeito benéfico pode ser resultado de uma melhora nas defesas do corpo: “Acreditamos que as estatinas lipofílicas penetram na membrana celular com mais facilidade, e já foi confirmado que elas têm implicações positivas no sistema imunológico, o que ajuda a erradicar células cancerosas”, esclarece Binliang Liu, que fez parte da investigação.
As conclusões são promissoras, mas faltam muitas avaliações antes de essa arma anti-colesterol ser empregada no combate a tumores.
Abril