Em quatro dias de evento, estão sendo debatidos temas relacionados à inovação em áreas como energias renováveis, biotecnologia e TIC, entre outros
“É preciso cooperar para inovar e inovar para competir”. A frase foi lançada pelo secretário-chefe da Casa Civil, Élcio Batista, no auditório do Palácio da Abolição, na manhã desta quinta-feira (12), durante realização do 6º Fórum China e América Latina de Inovação e Transferência Tecnológica. Até o próximo sábado (14), Fortaleza recebe a missão chinesa da universidade Tsinghua, composta de 25 membros, e mais 10 pesquisadores de onze diferentes países hispano-americanos, que participam do 6º Fórum, do 1º Simpósio Internacional de Inovação no Ceará e da 1ª Conferência sobre Cooperação em Inovação em Ciência e Tecnologia Agrícola entre China e América Latina.
Élcio Batista proferiu a palestra “Reconstruindo o modelo de desenvolvimento do Ceará para uma Sociedade Baseada no Conhecimento” e expôs que a tecnologia é o instrumento, mas o foco central está nas pessoas. Ao tratar sobre o Fórum e o Simpósio que acontecem em Fortaleza de 11 a 14 de dezembro, ressaltou que há atualmente liderança clara da China relacionada a inovação, com ciência e tecnologia no mundo. “O Brasil precisa se desenvolver e cooperar cada vez mais para que esse desenvolvimento ocorra com mais velocidade”.
De acordo com o secretário-chefe da Casa Civil, o Estado do Ceará colocou essa estratégia em sua agenda. “Hoje, é agenda prioritária em nosso Governo. O governador Camilo Santana tem insistido que esse é o caminho para que a gente se desenvolva com mais velocidade, para que a gente reduza as desigualdades em nosso Estado”, contou. “Esse fórum converge para os objetivos e as prioridades do Governo: focar na inovação”.
Promovido pelo Governo do Ceará, Prefeitura Municipal de Fortaleza, Tsinghua University, TUS Holdings e Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o evento reúne empresas, instituições, pesquisadores e acadêmicos chineses e latino-americanos, para debater temas relacionados à inovação tecnológica entre a China e a América Latina em áreas como energias renováveis, biotecnologia, TIC, segurança não-tradicional, agricultura, entre outras.
Conselheiro para Assuntos Científicos e Tecnológicos da Embaixada da China no Brasil, Gao Changlin avaliou que a China, o Brasil e outras nações latinas, têm níveis parecidos de modernização e desenvolvimento. “Estamos todos enfrentando desafios em comum, como fazer com que o desenvolvimento econômico e social seja mais eficiente e mais justo. Acredito que ciência, tecnologia e inovação trarão boas soluções para crescimento econômico e o desenvolvimento, inclusive”, disse Gao Changlin. “Que possamos continuar identificando os potenciais de inovação e compartilhando oportunidades para um desenvolvimento inovador e, assim, trabalhar juntos para criação de uma verdadeira comunidade da inovação”.
Ainda na visão do conselheiro, na China se tem pensado a inovação como o primeiro e principal motor para o progresso. “As grandes mudanças e o ajuste do mundo de hoje são muito baseados nas profundas inovações. Precisamos unir esforços entre Brasil e China na cooperação da inovação tecnológica e assim temos feito. A nossa inovação tecnológica na China atingiu grandes objetivos nos últimos anos. Dessa forma, esperamos ter uma cooperação longa”.
Internacionalização do Ceará
O trabalho de internacionalização do Ceará tem sido feito e mostra resultados. A avaliação é do secretário de Relações Internacionais do Governo do Ceará, César Ribeiro. De acordo com o titular da pasta, o governador Camilo Santana tem feito um trabalho grande, ao longo do seu mandato, de abrir as portas para o Ceará, tanto do lado econômico como o social, o desenvolvimento humano, capacitação, tecnologia e relações comerciais. A China, para ele, é, obviamente, um importante aliado. “Hoje a China é o maior parceiro comercial do Brasil. O Ceará tem feito múltiplos contatos e o governador assinou nesse ano um termo de cooperação ligado à educação com uma cidade chamada Dalian, onde prevê extensão para a parte esportiva e alguns projetos de cooperação tecnológica”.
Ainda conforme César Ribeiro, a realização do Fórum e do Simpósio em Fortaleza, neste momento, seria de extrema importância, “porque o Estado vive uma grande ambiência com a melhor educação, segurança fiscal, tem a transparência e todo o equilíbrio que vem apresentando. Obviamente a China é um importante parceiro e esse evento traz muito da evolução tecnológica e daquilo o que o Estado precisa para crescer”.
Parcerias em inovação
À frente da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Inácio Arruda também comemorou a realização do encontro no Ceará. “Isso acontece num momento muito importante para nós do Estado do Ceará. Nossas universidades têm atingido um patamar de excelência muito grande. Hoje, temos a Universidade Estadual do Ceará como uma das melhores universidades brasileiras. Temos mais quatro universidades muito importantes que são a Universidade Regional do Cariri, Universidade Federal do Cariri, a Universidade Vale do Acaraú e a Unilab são grandes estruturas, junto ao IFCE”.
Inácio Arruda assegurou que o Ceará está preparado para criar uma cooperação com a China e demais países. “Há uma grande abertura do Ceará que tem conectividade com o Centro de Conexão com a Europa, África e Estados Unidos no ponto de aeroportuário; nós temos conectividade portuária na navegação, conectividade via cabos de transporte de dados, informação e voz aqui na Praia do Futuro”. Somado a isso, o secretário ressalta as escolas de ensino profissionalizantes que já têm a eficácia garantida. “A construção das escolas de tempo integral que formam com qualidade é outro instrumento que faz com que o Estado esteja pronto para essas parcerias voltadas para a inovação”.
Confira aqui a programação completa do 6º Fórum China e América Latina de Inovação e Transferência Tecnológica e aqui a programação da 1ª Conferência sobre Cooperação em Inovação em Ciência e Tecnologia Agrícola entre China e América Latina.