O indígena Paulo Paulino Guajajara, morto na sexta-feira (1º) em emboscada na terra indígena Araribóia, no Maranhão, na sexta-feira (1º), já vinha sofrendo ameaças havia anos, segundo um cacique da região da etnia guajajara.
“Ele era uma pessoa guerreira mesmo, mas vinha sendo ameaçado há muito tempo, já. Ele andava de colete, não andava desprotegido“, afirma o cacique Antônio Wilson Guajajara.
Paulo Paulino foi assassinado com um tiro no pescoço na região de Bom Jesus das Selvas, entre as aldeias Lagoa Comprida e Jenipapo. Um madeireiro também morreu durante a troca de tiros.
O cacique Antônio Wilson vive na terra indígena Caru, vizinha à Terra Indígena Araribóia, onde Paulo Paulino foi assassinado. Os dois fizeram trabalhos de vigilância juntos durante anos contra madeireiros e caçadores.
“Nossa amizade era muito grande. Conheci muito ele e sua luta, em prol de todo mundo. Uma boa pessoa. Não media esforços para fazer a sua atividade. Fazia o trabalho de vigilância dentro de sua terra de coração, defendia o seu povo mesmo, com gosto”, lamenta o cacique Guajajara.
Paulo Paulino atuava como guardião da floresta, grupo formado por indígenas que têm como missão proteger as matas da região, denunciando ações de desmatamento. Os indígenas já capturaram madeireiros suspeitos de praticarem a atividade ilegal de extração de madeira e os levaram à polícia.
Além de Paulino e o madeireiro, o indígena Laércio Guajajara também foi atingido no braço e nas costas, sendo hospitalizado em estado grave.
A Polícia Federal anunciou que vai investigar a emboscada. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, disse que não vai poupar esforços para que os responsáveis pelo crime sejam levados à Justiça.
Fonte: G1.com