A igreja Nossa Senhora da Graça, em Salvador, foi reaberta com uma missa no domingo (29), após quatro anos fechada para reforma. No tempo religioso estão os restos mortais de Catarina Paraguaçu, a índia que se causou com o náufrago português Diogo Álvares Correia, o Caramuru.
“Essa igreja estava muito danificada, principalmente as madeiras atacadas por cupins. A humidade havia destruído partes do douramento”, explicou o restaurador José Dirson Argolo.
Apesar da igreja ter sido reaberta, a inauguração oficial ainda não foi realizada, pois a reforma total do espaço está prevista para ser concluída em dezembro. Entretanto, como a maior parte das obras já está pronta, Don Ângelo de Oliveira, diretor do mosteiro Nossa Senhora da Graça, celebrou uma missa no local.
O objetivo de reabrir a igreja para uma missa antes mesmo da conclusão da restauração é chamar a atenção da comunidade e conseguir apoio para finalizar as obras de partes que estão fora do projeto, como por exemplo, a pintura da fachada e a iluminação cênica da igreja. Além disso, os recursos ajudarão a implantar o espaço cultural do mosteiro Nossa Senhora da Graça.
“Uma ajuda para terminar a restauração, para continuar a conservação. Sabemos que não é tão fácil e simples assim, mas graças a Deus, os monges sempre tiveram esse interesse de cuidar dos seus patrimônios, e que é patrimônio da sociedade. É nossa história”, destacou Don Ângelo.
A igreja foi construída no século XVIII, com recursos de Catarina Paraguaçu, no mesmo local da capela que já existia desde 1535. Catarina era devota da Mãe de Jesus, como retratado em uma pintura do artista Manoel Lopes Rodrigues, feita 1881, no teto da igreja.