A Prefeitura de Fortaleza decidiu encerrar o projeto original da roda-gigante na orla da Capital. De acordo com o secretário de Turismo do Município (Setfor), Alexandre Pereira, um Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) deve ser lançado nos próximos dias para que empresas interessadas apresentem novos projetos para o espigão da Rua João Cordeiro.
O croqui do equipamento havia sido divulgado em março do ano passado pela Amuse-BR. Na época do lançamento, a empresa informou que a roda-gigante teria 100 metros de altura e seria inspirada na London Eye, em Londres. Para a construção, seriam necessários investimentos privados de cerca de R$ 3 milhões.
“Para este espigão, a ‘coisa’ estava muito fechada em cima de um produto que era a roda-gigante. Acontece que quando nós recebemos os estudos da empresa que estava interessada nós achamos que poderia ter alguma chance do projeto não dar certo em função do valor do investimento. Resolvemos então fazer um novo PMI dos mesmos moldes dos outros espigões (Náutico e Rui Barbosa) deixando em aberto para que investidores possam trazer várias opções de projetos até de uma roda-gigante, inclusive, mas não necessariamente somente uma roda. Então a gente tomou essa decisão”, esclareceu o secretário.
Segundo Pereira, na avaliação da Prefeitura de Fortaleza, “o projeto era muito grande e não tinha chance de não ser bom para a cidade”. O secretário reforçou que seria arriscado iniciar a operacionalização do equipamento e ele não fosse viável financeiramente. “Então a gente achou melhor abrir e fazer um novo PMI para abrir para outras ideias de outros projetos. Esses não seriam necessariamente uma roda-gigante”.
Ele ainda disse que o projeto original estava muito voltado para uma roda-gigante. “Foi lançado um edital e teve uma empresa que ganhou. Você primeiro lança um edital para as empresas se habilitarem a apresentar projetos de arquitetura e viabilidade econômica. Essa é a primeira fase. Depois de analisados esses projetos, a Prefeitura pode simplesmente desistir ou ela pode gostar e fazer um novo edital para saber quem é no mundo que tem interesse de construir e operar. Neste segundo momento, a gente não ficou 100% satisfeito com os estudos apresentados, então decidimos que era melhor fazer um novo PMI para abrir para mais opções”, explicou.
A roda-gigante da Capital teria mais do que o dobro da altura do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, que possui 38 metros. A atração também seria mais alta do que o Elevador Lacerda, em Salvador, que chega a 73 metros. De acordo com a Amuse-BR, o equipamento possuiria ainda 24 cabides climatizadas e capacidade para 32 pessoas cada uma, podendo transportar 768 visitantes em sua capacidade máxima.
Previsão informada em maio do ano passado dizia que a roda-gigante seria inaugurada em junho de 2020. Em maio do ano passado, a Amuse-BR havia solicitado à Prefeitura de Fortaleza extensão do prazo (mais 45 dias) para a conclusão do projeto.
Demais espigões
Ainda de acordo com o secretário, para os espigões do Náutico e Rui Barbosa foram apresentados seis projetos de três empresas. “Eu ainda não posso passar as informações desses projetos porque nesta quinta-feira (25) nós vamos nos reunir com a coordenadoria de Parceria Público-Privada (PPP) para avaliar isso para estes dois espigões. Apareceram projetos muitos legais”, disse.
Ainda no ano passado, estava projetada a construção de um heliponto no espigão da Rui Barbosa, anexo a um restaurante e uma cafeteria. A ideia era que o helicóptero baseado no local realizasse passeios turísticos pagos pela orla de Fortaleza.
Já para o espigão do Náutico, a Prefeitura estudava a instalação de uma pequena marina, voltada para o estacionamento e abrigo de embarcações. No ano passado, a Amuse-BR havia demonstrado interesse por este outro projeto, que previa a oferta de passeios de barco aos litorais leste e oeste cearense.