O presidente da América Móvil no Brasil, que controla a Claro, José Félix, afirmou nesta terça-feira (25) que a empresa não tem interesse na compra da Oi e que torce para que a concorrente, que passa por um processo de recuperação judicial, resolva seu problema.
“A gente não tem interesse nenhum na Oi”, disse Félix, em evento da Claro em Brasília.
A Oi está em processo de recuperação judicial e corre o risco de sofrer intervenção da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Félix disse acreditar que ainda há uma solução negociável para a empresa.
Investimentos
José Félix afirmou que a aprovação do projeto de lei que altera a Lei Geral de Telecomunicações não vai alterar a política de investimentos da empresa. Ele afirmou ainda que a Claro não tem adiado nenhum investimento à espera do projeto, que, entre outros pontos, trata dos chamados bens reversíveis, que são bens que deveriam voltar para a União ao fim das concessões de telefonia fixa.
Segundo Félix, o projeto evita que as empresas reduzam o ritmo de investimento conforme se aproxima o fim das concessões.
“O projeto fará com que, lá na frente, se preserve o ritmo de investimentos. Evitará uma ruptura dos investimentos”, disse.
O projeto está parado no Senado. Ele chegou a ir para a sanção presidencial, mas retornou ao Senado, que aguarda um posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF).
Mercado
O novo presidente da Claro, Paulo Cesar Teixeira, afirmou que o efeito clube no mercado móvel, quando os clientes têm chips de várias operadoras de celular, acabou. Segundo Teixeira, o movimento de limpeza da base de pré-pago das empresas, com a exclusão de chips sem uso, deve continuar por mais um tempo a reduzir o número de clientes da telefonia móvel.
Teixeira, que assumiu a presidência da empresa em abril, afirmou que vai buscar a liderança do mercado de telefonia móvel. Hoje a Claro é a terceira colocada em números de clientes gerais, incluindo pós e pré-pago.
Dentro da estratégia, a operadora acaba de lançar um pacote que vai deixar de cobrar pelas ligações de voz em todo o território nacional, inclusive em ligações para outras operadoras. A cobrança de ligações de voz será limitada a chamadas internacionais.
g1