Parentes de pacientes com síndrome de down denunciam a falta de transporte na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), em Imperatriz, a 626 km de São Luís. Segundo eles, o micro-ônibus que faz o transporte dos pacientes está no conserto há meses e esta situação tem prejudicado o atendimento na unidade no município.
Como é caso de Vanusa Brito, que tem um neto de apenas cinco anos que é autista e tem convulsões frequentes por causa da epilepsia. Ela diz que se desloca de São Francisco do Brejão, a 447 km da capital, até a APAE em Imperatriz para o que o neto possa ter acesso ao tratamento e assim possa se desenvolver.
Mas, de acordo com Vanusa há alguns meses não tem sido fácil realizar as terapias do seu neto, pois tem faltado o apoio do micro-ônibus. “O transporte tem vez que tem, tem vez que não tem e a gente enfrenta esta dificuldade”, desabafou Vanusa Brito.
Como Vanusa Brito, o Reginaldo Gomes, pai de outro paciente, também enfrenta problemas. Ele, que tem um filho de 16 anos com deficiência intelectual e física, diz que mora em Imperatriz em uma área afastada do bairro Vila Lobão, onde funciona a APAE, e precisa pegar dois ônibus com o filho no colo para ter acesso ao tratamento porque o micro-ônibus da instituição que fazia este transporte está na oficina há muitos meses. “A APAE nos alega que não tem peça para o carro e a situação que eu passo, que é pelo governo, e não dá para entender porque este problema até hoje”.
A APAE é uma organização social que funciona com doações e apoio financeiro dos municípios. Em Imperatriz, a instituição foi habilitada no ano de 2018 como um centro especializado de reabilitação física e intelectual tipo 2 e passou a compor a Rede Municipal de Atendimento à Pessoa com Deficiência.
A coordenadora de Saúde da APAE em Imperatriz, Isabel Oliveira, confirma que existem problemas e que é preciso fazer ações sociais para retirar o micro-ônibus do conserto. “A gente está tentando fazer alguma ação social para vê se conseguimos tirar ele do conserto, mas nesse momento estamos sem o nosso micro-ônibus”, finalizou.
A Prefeitura de Imperatriz disse, por meio de nota, que deixou de fazer os repasses para APAE por falta de prestação de contas, o que é obrigatório. Com a situação regularizada, a prefeitura informou que os repasses foram retomados no último dia 12 de março e que mais dois estão programados para os próximos dias.