Para evitar que lixo acumule em rua, baiana instala sirene e alerta vizinhos da chegada de caminhão

Mulher reside no bairro da Ribeira, em Salvador. Ela diz que teve a ideia por conta da grande quantidade de lixo que ficava aglomerado em esquina.

Uma mulher que mora no bairro da Ribeira, em Salvador, instalou uma sirene em casa para alertar os vizinhos sobre a chegada do caminhão que recolhe o lixo na rua e, assim, contribuir para que o local fique sempre limpo. Um vídeo que mostra a “sirene da limpeza” tocando e vários moradores se dirigindo com sacolas de lixo ao veículo viralizou nas redes sociais.

Rosimeire Peixoto disse que teve a ideia, apoiada pelo marido, porque muitos moradores tinham o hábito de colocar o lixo numa esquina da Rua Capitão Eugênio e, além da sujeira, o mau cheiro incomodava. Era tanto lixo jogado na rua que os dejetos iam parar na porta da residência dela.

A “sirene da limpeza” custou R$ 450 — dinheiro arrecadado após uma vaquinha dos moradores — e já funciona há quatro anos. O equipamento é acionado, manualmente, por ela ou pelo marido dela.

“Tive a ajuda dos meus vizinhos. Muitos ajudaram com valores em espécie, e eu disse que quem não tivesse dinheiro, ajudasse com latinhas, panelas, para que eu pudesse vender. Então, dividimos os valores e eu pude comprar a sirene”, destaca.

Ela conta que o sistema passa por manutenção periódica para nunca parar. Potente, a sirene é disparada várias vezes a cada vez que um caminhão de lixo chega ao local.

“O primeiro toque é avisando que o carro está chegando, para o para o pessoal arrumar o lixo. O segundo toque é avisando que o carro já chegou. E o terceiro toque é para as pessoas se alertarem e virem trazer o lixo, porque muitas vezes eles [os garis] não podem esperar muito”, diz.

É só a sirene tocar e pronto: várias pessoas saem de casas e estabelecimentos comerciais com sacolas, baldes e caixas de lixo para jogar no caminhão. Nesta sexta-feira (22), a sirene tocou pouco antes das 8h. “É automático: já toca e a gente sai pra rua. Funciona há muito tempo”, diz uma vizinha.

“É muito importante esse trabalho social que ela faz pela comunidade, porque, assim, as pessoas não largam lixo à toa e não acumula rato, barata, muriçoca, bichos que são atraídos pelo lixo. Antes ficava tudo isso aqui. As barracas, os comércios eram cheios de baratas por causa do lixo. Mas após ela fazer esse trabalho social, deu resultado”, relatou outro vizinho.

Rosimeire diz que, por causa do sistema de alerta, quase não acontece de algum morador se atrasar e perder o caminhão de lixo.

“Quando o caminhão arrasta, eu ainda fico ali. E eles [os agentes de limpeza] perguntam se ainda tem mais gente para vim e, como eu fico olhando, eu vejo quem vem e peço para eles esperarem. E eu digo: ‘Corre, gente. O carro está indo embora’. Aí, o pessoal corre atrás e coloca o lixo. Na rua não fica”, afirma.

Rosimeire diz não se importar se a ideia for copiada por outras pessoas. “O que eu mais quero é que todas as comunidades adotem esse sistema. Eu estou num lugar onde, antes, toda quantidade de lixo era colocada e, agora, está tudo limpinho”, diz.

Fonte: G1.com