Cotistas pretos e pardos reprovados em avaliação racial pela UFPE questionam decisão

Universidade recebeu 188 recursos de alunos aprovados no Sisu que tiveram a matrícula impedida por não se enquadrarem na lei de cotas.

O sistema de avaliação das cotas raciais da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) está sendo questionado por um grupo de estudantes autodeclarados pretos e pardos. Pela primeira vez, a instituição adotou uma avaliação prévia antes da matrícula dos cotistas. Foram desclassificadas 280 pessoas.

Ao todo, 188 estudantes entraram com recurso por discordarem do resultado que os impediu de realizar matrícula. Nesta terça-feira (12), pais e estudantes que se sentiram prejudicados pela avaliação fizeram um ato em frente à reitoria da instituição para reivindicar explicações.

De acordo com a UFPE, os estudantes das costas raciais foram avaliados por 11 comissões formadas por meio de edital público e integradas por professores, alunos, técnicos e membros da sociedade civil.

Universidade explica

Uma comissão formada por dois pais e três estudantes se reuniu com o pró-reitor de assuntos acadêmicos da UFPE, Paulo Góes, para respostas sobre as demandas. “É importante dizer que isso não foi criado, estamos cumprindo a lei”, disse o representante da universidade.

Segundo Góes, o procedimento é adotado em mais de dez universidades federais, mas essa foi a primeira vez que o processo foi feito na UFPE. Na primeira comissão, os estudantes eram filmados ao dizerem o próprio nome e assinarem uma autodeclaração racial.

“O critério utilizado para avaliar os estudantes é de características fenotípicas, ou seja, da cor da pele e da influência do meio ambiente no candidato”, afirma.

Os estudantes que entraram com recursos serão reavaliados, segundo o pró-reitor. “Queremos que os alunos de primeira entrada sejam avaliados o quanto antes, até o dia 22 de fevereiro. A expectativa é de que o procedimento seja realizado em sua totalidade até o dia 30 de março”, afirma Góes.

Na próxima avaliação, os candidatos devem passar pelo mesmo procedimento adotado na primeira, mas por uma comissão diferente. “É importante dizer que a universidade busca garantir os direitos de quem tem os direitos”, disse.

Fonte: G1 PE