A Polícia Civil desencadeou, nesta terça-feira (8), uma operação para combater grupos ciminosos ligados a tráfico de drogas, homicídios e roubos. Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão, emitidos pela Vara Criminal da Comarca de Recife, e uma pessoa foi presa em flagrante por porte ilegal de munição. (
Denominada Primus, essa é a primeira operação de repressão qualificada do ano e está sob o comando da delegada Patrícia Domingos, que era titular da extinta Delegacia de Crimes contra a Administração e Serviços Públicos (Decasp).
Segundo o delegado Sérgio Ricardo, gestor interino do Departamento de Homicídio e Proteção á Pessoa (DHPP), as oito pessoas foram intimadas e conduzidas até a delegacia para prestar depoimento e esclarecer se elas possuem ou não ligação com a quadrilha investigada na operação.
“Boa parte dessas pessoas foram intimadas para instruir o inquérito policial, em que será formalizado qual o tipo de participação e de envolvimento que elas têm com as pessoas que praticaram o crime. Dependendo do grau de participação, elas podem ser liberadas ou não”, afirmou o delegado.
Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) fica localizado no bairro do Cordeiro, no Recife — Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press
Uma mulher foi presa, mas não teve a identidade revelada pela polícia. Segundo o delegado, na casa dela foram encontradas quatro munições, além de um celular que tem registro de queixa de roubo ou furto no programa Alerta Celular, da Secretaria de Defesa Social (SDS).
“Ela disse que não sabe explicar porque a munições estavam na casa dela. E o celular, ela adquiriu e disse que sabia que era produto irregular”, disse o delegado.
Os mandados foram cumpridos em cidades da Região Metropolitana do Recife, sobretudo em Olinda. Foram apreendidos uma moto, um carro, e quatro armas de fogo, sendo uma espingarda calibre 12, uma pistola nove milímetros, uma pistola ponto 40 e um pistola 380.
A investigação que resultou na operação desta terça-feira foi inicida em julho de 2017, em parceria com a Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Pernambuco (Dintel). Ao todo, 60 policiais civis foram escalados para o cumprimento dos mandados.
Controvérsias
O governo de Pernambuco criou o Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco) e apontou que este deveria ficar responsável pelas investigações dos crimes contra o patrimônio público e corrupção. A extinção da delegacia específica gerou polêmica e foi alvo de disputa judicial.
Com 1,6 mil inquéritos no inventário, a Decasp foi extinta em 7 de novembro de 2018, por lei estadual, para a criação do Draco. O projeto foi enviado pelo governo do estado à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), em caráter de urgência. Os deputados aprovaram a proposta por 30 votos contra 6, de um total de 49 parlamentares.
A delegada Patrícia Domingos recusou o convite para ser a gestora adjunta do Draco. Em 29 de outubro, o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), também do MPPE, retirou da Decasp computadores, celulares e documentos. Esse material era da empresa Casa de Farinha e foi apreendido em 11 de outubro, durante a operação Castelo de Farinha.
Fonte: G1