Instalador proibido de se jogar em redes diz que foi prejudicado: ‘Não posso mais divulgar meu trabalho’

O Instalador de redes de proteção de janelas Luís Paulo Mendes da Silva, de 30 anos, que ficou conhecido por testar o produto se jogando sobre a rede de segurança, após a instalação, contou ao G1 que se sentiu prejudicado após o Ministério Público do Trabalho (MPT) o proibir de realizar o “teste”.

O profissional foi orientado a assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), no qual se compromete a seguir a determinação, sob multa de R$ 10 mil em caso de descumprimento. O documento foi assinado no dia 29 de março, mas a informação só foi divulgada pelo MPT nesta terça-feira (4).

De acordo com Luís Paulo, que mantém uma empresa ao lado da mulher e de uma irmã, publicar vídeos onde aparecia se jogando nas redes de proteção era a forma usada para divulgar o trabalho dele e mostrar a qualidade do produto para os clientes.

“Não posso mais divulgar meu trabalho e nem mostrar a qualidade para o cliente. Esse era o meu diferencial. Ninguém faz esse teste além de mim. Acho um absurdo, mas tenho que seguir [a determinação]. Não tenho como pagar essa multa”, contou.

Segundo ele, os clientes estão cobrando que ele faça o teste. “Os clientes ficam falando: ‘Faz um testezinho’. Mas eu não posso. Ando com o papel no bolso para mostrar para as pessoas”, completou.

Morador de Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador, Luís Paulo ficou famoso nas redes sociais em fevereiro deste ano, após postar um vídeo no qual aparece se jogando em uma tela de proteção, que ele mesmo instalou na varanda de um apartamento na capital.

Poucas horas após a publicação, o vídeo já tinha mais de oito mil visualizações. Em entrevista ao G1 em fevereiro, Luís Paulo contou que após compartilhar o vídeo nas redes sociais, a procura pelo serviço aumentou de 10 para 50 por semana. Nesta quarta-feira, o instalador contou que atualmente atende 24 clientes por semana.

“Eu atendo 4 pessoas por dia, de segunda a sábado. São 24 por semana. Tenho clientes em Feira de Santana, Praia do Forte, em Salvador. Atendo na Bahia toda. É só chamar”, disse.

Segundo Luís Paulo, a rede de proteção que usa suporta até 300 kg por metro quadrado, mas, ainda assim, os consumidores devem fazer a manutenção. Ele pesa 70 kg e não se sente em risco ao fazer os testes.

“Ela [a rede] só não suporta faca, tesoura e bago de cigarro. Ela foi feita para aguentar peso, mas a tela deve passar por uma revisão a cada dois anos”, destacou.

Luís contou que, apesar da procura por instalação de redes ser maior, a empresa dele também oferece serviços como tela para mosquitos, varal de teto, película solar e papel de parede.

Apesar de jovem, Luís Paulo trabalha com a instalação de redes e proteção e outros serviços há 15 anos. Ele contou ao G1 que começou o trabalho na área por causa da mãe, que o colocou para fazer o serviço junto com o irmão mais velho.

“Eu estudava pela manhã e pela tarde jogava gude, empinava arraia [pipa]. Então, minha mãe disse: você vai trabalhar porque filho meu não vai ‘dar para vagabundo’. Depois disso eu ia estudar pela manhã e pela tarde eu ia instalar redes com meu irmão que trabalhava com isso. A partir daí eu não parei mais”, contou.

g1