Parte dos médicos que atuam na rede municipal do Recife iniciou, nesta terça-feira (18), uma paralisação de 72 horas. Segundo a categoria, a suspensão das atividades afeta serviços eletivos, ambulatoriais e postos vinculados ao Estratégia de Saúde da Família (ESF).
O atendimento às urgências e emergências deve ser mantido, segundo o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe).
Procurada pelo G1, a Secretaria de Saúde do Recife alegou ter recebido a notícia da paralisação com surpresa e lamenta os prejuízos causados à população. Nesta terça (18), o órgão realiza um levantamento de quantos postos foram afetados. O balanço deve ser divulgado no fim da tarde.
A Unidade de Saúde da Família José Severiano da Silva, em Cajueiro, funcionou normalmente no começo da manhã. No posto da Ilha de Joaneiro, no bairro de Campo Grande, na Zona Norte do Recife, dois médicos deveriam estar disponíveis para atender ao público, mas não trabalharam. No local, as consultas foram desmarcadas com antecedência.
O anúncio da paralisação também foi feito previamente aos pacientes do posto de saúde Waldemar de Oliveira, em Santo Amaro, no Centro. Nesta terça (18), no entanto, algumas pessoas disseram não saber sobre o cancelamento das consultas e reclamaram da falta de médicos.
“O sistema daí só vive parado. Só marcam três pessoas e sai do ar. Todo dia esse sistema cai e eu vim saber hoje dessa paralisação”, diz a paciente Kátia Cristina.
Reivindicações
Segundo o Simepe, os profissionais estão insatisfeitos em relação às negociações com a Secretaria de Saúde do Recife. A categoria pede ações para melhoria da segurança nas unidades de saúde, abastecimento de insumos e maior investimento em medicamentos, sobretudo na área de saúde mental.
A categoria também cobra o cumprimento da Lei de Incorporação da Gratificação de Plantão e a equiparação salarial para profissionais do estado.
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Saúde do Recife informou que “sempre esteve aberta ao diálogo com o Simepe e mantém agenda regular com Grupos de Trabalho para discutir itens da pauta [de reivindicações]”. Segundo o órgão, os médicos servidores do município tiveram aumento acumulado de 32,95% desde 2013. Em 2018, houve aumento salarial de 2% em janeiro e de 2% em julho.
A respeito da infraestrutura dos postos de saúde, a Secretaria informou, em nota, ter investido mais de R$ 256 milhões na construção de novas unidades de saúde e na requalificação de outras 170 já existentes. Por ano, o órgão informou investir R$ 36 milhões em assistência farmacêutica, o que inclui a compra de medicamentos e material médico hospitalar.
No quesito segurança, o órgão alegou ter 233 guardas municipais, além de vigilantes e câmeras de monitoramento, à disposição das unidades de saúde. A Secretaria também informou ter implantado a Ronda Saúde, com quatro veículos e 36 guardas municipais para realizar monitoramento 24 horas nas unidades de saúde.
Fonte: G1
