Cabo é expulso da PM por integrar organização criminosa investigada em operação da Polícia Federal

Um policial militar preso no Recife durante a Operação Trevo, deflagrada em 2014 pela Polícia Federal, foi expulso da PM pela Secretaria de Defesa Social. De acordo com portaria publicada no Diário Oficial do Estado nesta quarta-feira (5), o cabo foi expulso por não ter condições éticas de permanecer na corporação.

Preso em 12 de novembro de 2014 pela Polícia Federal, o cabo foi acusado de possuir estabelecimentos de jogos de azar em diversos bairros do Recife e de integrar uma quadrilha que cuidava dos espaços e impedia a organização de incursões da polícia nos locais. Segundo a portaria da SDS, as acusações foram comprovadas.

Ainda de acordo com a portaria, o cabo exercia atividade comercial e, mesmo de licença médica, estava em um pagode quando foi chamado para ser ouvido em uma sindicância da PM na época da operação da PF.

Diante dos fatos, a SDS entendeu que o militar feriu preceitos éticos impostos à corporação e, por isso, não tinha condições éticas de permanecer integrado à Polícia Militar. Assinada em 22 de agosto, a Portaria foi publicada nesta quarta (5).

Entenda a operação

Deflagrada em novembro de 2014, em duas fases, a ação da Polícia Federal ocorreu em Pernambuco e em mais 12 estados. A operação investigou um esquema de fraudes e lavagem de dinheiro que movimentou cerca de R$ 1 bilhão, segundo a PF.

As acusações foram também das práticas do jogo do bicho, distribuição de máquinas caça níqueis e emissão de bilhetes de loteria como título de capitalização. Para a polícia, a organização criminosa operava por meio de loterias estaduais, cujos valores arrecadados eram repassados às entidades filantrópicas de fachada, fazendo com que o dinheiro ilícito retornasse ao grupo em um procedimento suspeito.

Em Pernambuco, na primeira fase da operação, foram cumpridos 15 mandados de prisão preventiva, dos quais um suspeito foi solto por determinação da Justiça; 4 mandados de prisão temporária, e todos foram soltos por decisão judicial; 29 mandados de busca e apreensão; apreensão de R$ 2 milhões, 360 mil dólares, sequestro de valores financeiros em conta bancárias na ordem de R$ 130 milhões, e sequestro de 19 veículos de luxo e dos imóveis em nome dos investigados

Na segunda fase, a PF buscou cumprir 43 mandados de busca e apreensão. Foram executados 40 mandados de busca e apreensão e 25 conduções coercitivas, quando a ordem judicial obriga a pessoa a prestar depoimento. Depois disso, todas essas pessoas foram liberadas.Ao todo, R$ 373 mil foram apreendidos.

Fonte: notícias ao minuto