Empresas adiministradas por estudantes estão ganhando espaço no Grande Recife. As chamadas ‘empresas juniores’ desenvolvem o faro do empreendedorismo nos jovens, unindo aprendizado para os futuros profissionais e baixo custo para o cliente final.
Um dos casos na capital é a Poli Júnior, empresa de engenharia da Universidade de Pernambuco (UPE), que conta com 52 funcionários-alunos de várias áreas da engenharia. Um dos projetos desenvolvidos pelo grupo foi o de uma clínica médica popular no bairro de Coqueiral, na Zona Oeste do Recife.
De acordo com a Confederação Brasileira de Empresas Juniores, existem 600 empresas em universidades públicas e particulares do país, com cerca de 20 mil estudantes envolvidos. Os dados representam um aumento de 37% no número de empresas em relação a 2016, e de 53% na quantidade de alunos participantes.
Essas empresas funcionam dentro das universidades e os estudantes trabalham com a supervisão de professores e orientadores especializados, seguindo uma norma estabelecida por lei federal em 2016.
O local funciona há quatro meses e conta com 180 metros quadrados, com cinco salas para atendimento médico, consultório odontológico, sala de coleta de sangue, banheiros, sala de espera e recepção, além de áreas administrativas.
“Eu fui procurado por um membro da empresa, que me mostrou o projeto e eu decidi abraçar. Era um projeto inovador e tinha um custo benefício muito bom para o meu empreendimento”, afirma o dono da clínica, Guilherme Rosas, que aprovou o resultado.
Além de contribuir com a formação dos estudantes, o projeto saiu pela metade do preço que o empreendedor pagaria se tivesse contratado uma empresa de engenharia tradicional.
“A gente tem um sistema de tributação mais simples do que empresas seniores, e também tem menos custos. Por isso a gente consegue ter um preço realmente abaixo do mercado”, explica um dos “funcionários” da empresa, o estudante de engenharia mecânica Diego Rodrigues.
A demanda do mercado por esse tipo de empresa foi acelerada com a crise econômica, a partir do momento em que os empreendedores começaram a buscar projetos com custos mais baixos.
O presidente da Federação de Empresas Juniores de Pernambuco, Pedro Afonso Alves, explica que essa visibilidade maior também dá espaço para que os profissionais se destaquem e consigam empregos mais rápido.
“Várias empresas já estão de olho nesses jovens, já conseguem perceber que a formação deles é realmente aprimorada, consegue ter uma formação diferente dentro da universidade. E as empresas entram em contato com a federação para captar esses talentos”, afirma o presidente.
Cada aluno pode passar até dois anos conciliando o estudo com a empresa júnior. Esse tempo serve como estágio para os universitários. No caso das engenharias, cumpre uma carga horária obrigatória para a conclusão do curso.
Fonte: G1