O candidato do PDT entusiasmou a militância com sua metralhadora verbal em ato de campanha neste sábado (25), na Via Matarazzo, casa de show em São Paulo (SP)
Geraldo Alckmin (PSDB) dá sono, o PT comete fraude ao empurrar a candidatura de Lula até o último instante, Alvaro Dias (Podemos) é eticamente deplorável e Jair Bolsonaro (PSL), bom, muita calma na hora de atacá-lo em debates: “Se um cara experiente como eu partir para cima dele, parece arrogância”, disse o presidenciável Ciro Gomes (PDT).
Ciro entusiasmou a militância com sua metralhadora verbal em ato de campanha neste sábado (25), na Via Matarazzo, casa de show em São Paulo (SP).
O pouco tempo de TV que sua sigla amealhou no bloco de 12 minutos e 30 segundos foi um dos temas da conversa. O adversário tucano tem um latifúndio de 5 minutos e 32 segundos, enquanto Ciro ficou com 38 segundos na propaganda eleitoral.
“Imagina o Alckmin seis minutos por dia, vai dar para dormir”, provocou o pedetista.
Minutos antes, disse a jornalistas: “Um só candidato que tem o poder, tem o dinheiro, que tá na sombra das estruturas de corrupção do Brasil, tem metade desse tempo todo. Mas o que importa não é ter muito tempo, é ter o que dizer para mudar o Brasil”.
Parodiando “Como Nossos Pais”, clássico de Belchior, Ciro afirmou no espaço lotado de militantes: “Eles venceram e o sinal está fechado para nós que somos jovens, do ponto de vista da TV”. Mas a projeção que ganha em agendas públicas exibidas em telejornais, mais as redes sociais podem impulsionar sua candidatura, disse.
“O que pode nos prejudicar, no campo progressista, é a fraude que a cúpula petista comete mantendo a ilusão de que o ex-presidente Lula vai ser candidato”, afirmou Ciro.
Tudo indica que o petista ficará de fora da corrida e colocará em seu lugar Fernando Haddad (PT). Mas, para “criar comoção” e “galvanizar o sentimento de frustração” da população, persistem na farsa de que Lula é o cabeça de chapa. “Essa brincadeira pode tirar dois, três, quatro, cinco pontos críticos de mim e permitir que direita e extrema-direita vão ao segundo turno”, afirmou Ciro.
Digamos que Lula consiga transferir votos para Haddad, que sai triunfante das urnas. Seria uma derrota de qualquer forma, segundo o ex-ministro lulista. “Se der certo, não pode dar certo. O que quero dizer com isso: se ele vencer, será um presidente desse tamaninho.” Não teria, afinal, a moral do ex-presidente para fazer avançar suas agendas.
Mais cedo, a reportagem perguntou se Ciro -que já disse que preferia morrer do que encarar um segundo turno entre PT e Bolsonaro- acredita na capacidade de Lula em eleger Haddad.
“Veja, o Lula é uma pessoa muito querida por muita gente e odiada por muita gente. Ele desperta essas coisas, paixões e ódios. Não acho francamente que o Brasil deve olhar 2018 olhando para trás. Por mais gratidão que muita gente tenha, e justa, ele tá preso e condenado”, respondeu, frisando que acha injusta a sentença imposta ao petista.
Ciro avaliou uma das ferramentas mais usadas por sua militância jovem. Se as redes sociais ajudam, também podem atrapalhar, por serem um celeiro de notícias falsas potencialmente capazes de interferir em eleições, vide a vitória de Donald Trump em 2016.
“O povo brasileiro, melhor que o povo americano, europeu, tem uma malícia, porque sofre tanto com enganação em tantas expressões de mediação da elite que já olha com desconfiança. Então a internet é o paraíso da fake news, da brincadeira, da mentira, mas ao mesmo tempo é muito inconfiável -e esse é o caminho, desconfiar de tudo o que vê, consultar o amigo.” Com informações da Folhapress.
Fonte: Notícias ao Minuto