Por Madson Vagner
O candidato do PSL à Presidência da República, deputado federal Jair Bolsonaro defendeu a ditadura militar e voltou a dizer que não houve golpe em 1964. Bolsonaro explicou que o Parlamento declarou vago o cargo do presidente e que essa era a regra em vigor. Ele disse ainda que, se eleito, não vai abrir os arquivos do regime militar.
As afirmações aconteceram durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, nessa segunda-feira, 30 de junho. Para Bolsonaro, os atos cometidos pelos militares se justificavam pelo “clima da época, de guerra fria”, e que teria agido da mesma maneira se estivesse no lugar.
O presidenciável defendeu ainda as atuações dos militares em casos de tortura e também a figura do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, falecido em 2015, a quem homenageou em seu voto durante o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Brilhante Ustra foi chefe do DOI-Codi, um dos principais centros de tortura durante a ditadura.
Durante a entrevista, Bolsonaro reclamou que a imprensa escolhe apenas os casos que afetaram militantes da esquerda para comentar. Citou o caso de um militar morto em Recife, durante um atentado a bomba.
Pressionado pelos jornalistas sobre a abertura dos arquivos da ditadura militar, o presidenciável disse duvidar que eles ainda existam. E que o caso Vladimir Herzog é apenas uma suposição. O jornalista se ofereceu para prestar depoimento e apareceu enforcado em uma cela do DOI-Codi.