Um grupo de pessoas protestou no canteiro da Avenida ACM, em Salvador, neste domingo (22), contra as obras do Bus Rapid Transit (BRT). Segundo os manifestantes, a implantação do BRT vai causar a derrubada de árvores e o tamponamento de rios. A prefeitura alega que o projeto já prevê a compensação por árvores retiradas.
O grupo se concentrou por volta das 9h no trecho do canteiro em frente ao hospital Aliança. No final da manhã, saiu em caminhada para o Parque da Cidade e o protesto foi finalizado por volta das 13h.
Conforme a prefeitura, no total, serão 154 árvores suprimidas e 169 serão transplantadas para o entorno dos próprios corredores do BRT e do Parque da Cidade. Ainda segundo a prefeitura, 1,7 mil novas espécimes de árvores oriundas da Mata Atlântica serão plantadas em toda a cidade como uma compensação. A administração também afirma que serão realizadas obras de macro e microdrenagem nos rios da região.
Os manifestantes, no entanto, afirmam que o projeto do BRT, que inclui três fases, deve causar a derrubada de 579 árvores. “Esse é o numero que está no estudo de impacto ambiental que foi feito por consultoria da prefeitura. A prefeitura contesta com base em um trecho que não é total. Mas 579 são da Lapa é até Iguatemi”, afirma uma das manifestantes, que prefere não se identificar.
Eles também afirmam que o tamponamento vai causar “morte” dos rios da região, que já estão poluídos e necessitariam de revitalização.
A professora de Direito Ambiental, bióloga e advogada, Aidê Batista, diz que, apesar da compensação das árvores, elas seriam insubstituíveis.
“São 579 árvores adultas que vão ser derrubadas, que são insubstituíveis. Quantos ecossistemas e animais elas abrigam, na copa das árvores e no solo. Não tem nenhuma justificativa para derrubar essas árvores adultas para fazer BRT. Vai mexer com o microclima de Salvador com a derrubada das árvores”, justifica.
Fonte: G1 nordeste