Agente penitenciário morre após confusão em unidade do Complexo Prisional do Curado

Um agente penitenciário morreu após uma confusão em uma das unidades do Complexo Prisional do Curado, na Zona Oeste do Recife, nesta segunda-feira (19), segundo o Secretário de Justiça de Pernambuco, Pedro Eurico. O Sindicato dos Agentes Penitenciários do estado (Sindasp-PE) afirma que presos tentaram tomar o setor de entrada e saída, dando início a uma troca de tiros.

Segundo secretário, o agente penitenciário chegou a ser socorrido para o Hospital Otávio de Freitas (HOF), mas não resistiu ao ferimento e morreu.

A tentativa de tomada do Setor de Permanência teria ocorrido por volta das 5h, no Presídio Agente Penitenciário Marcelo Francisco de Araújo (Pamfa). O Sindasp informou ainda que um preso teria ficado ferido na confusão.

G1 tenta contato com a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) para saber se mais presos ficaram feridos e o estado de saúde.

Vista aérea do Complexo Prisional do Curado, no bairro do Sancho, no Recife (Foto: Reprodução/TV Globo)Vista aérea do Complexo Prisional do Curado, no bairro do Sancho, no Recife (Foto: Reprodução/TV Globo)

Vista aérea do Complexo Prisional do Curado, no bairro do Sancho, no Recife (Foto: Reprodução/TV Globo)

Problemas frequentes

O Complexo do Curado tem três unidades e um histórico de problemas, tendo sido alvo de uma denúncia à Corte Interamericana de Direitos Humanos. Uma confusão foi registrada no dia 15 de março, no Presídio Frei Damião de Bozzano (PFDB), outra unidade do complexo. Na ocasião,um detento morreu e outro ficou ferido.

A superlotação do Complexo do Curado foi um dos problemas constatados durante a visita da comitiva da Organização dos Estados Americanos (OEA), em junho de 2016. Representantes de organizações que denunciaram a situação do presídio apontaram, ainda, a permanência de violações dos direitos humanos, apontadas desde 2011, por um grupo liderado pela Pastoral Carcerária do Estado.

A pastoral denuncia uma série de irregularidades na unidade, que envolvem danos à integridade física dos presos, problemas de saúde por falta de cuidados médicos e falta de segurança para os agentes, entre outras. A inspeção foi feita por juízes da Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA e representantes das organizações, acompanhados de equipes dos governos estadual e federal.

Superlotação e problemas

Pernambuco tem 10.841 vagas em unidades prisionais e pouco mais de 30 mil detentos. Com cerca de 1,5 mil agentes penitenciários, o estado tem uma média de 20,1 presos por agente — a pior situação do Brasil, como mostra o levantamento feito pelo G1.

Preferindo manter o anonimado, um dos agentes penitenciários do Complexo Prisional do Curado contou à reportagem sobre a situação dentro do sistema e a rotina diária de lidar com a superlotação.

 Fonte: G1 nordeste