O Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Correios e Telégrafos em Alagoas (Sintect-AL) anunciou nesta segunda-feira (12) o início da greve dos funcionários por tempo indeterminado. Os Correios confirmam a greve, mas ainda não há um balanço da quantidade de agências fechadas.
Parte dos funcionários que cruzaram os braços realizou um ato nesta manhã em frente ao Centro de Distribuição Domiciliar Ponta Verde, em Maceió, que foi fechado e teve os serviços suspensos. As principais reclamações da categoria são a sobrecarga de trabalho e o valor do plano de saúde.
“O último concurso aconteceu em 2011 e de lá pra cá saíram mais de 300 trabalhadores e as vagas não foram repostas, causando uma deficiência muito grande na entrega de correspondências. Além disso, as condições de trabalho são péssimas”, afirma o presidente do sindicato, Altannes Holanda.
Por meio de nota, a empresa afirmou que “a greve é um direito do trabalhador. No entanto, um movimento dessa natureza, neste momento, serve apenas para agravar ainda mais a situação delicada pela qual passam os Correios e afeta não apenas a empresa, mas também os próprios empregados” (veja a íntegra ao final do texto).
Segundo o sindicato, 900 funcionários aderiram à greve, mas somente no final do dia deve ser divulgado um balanço da quantidade de agências fechadas.
Os grevistas cobram a realização de novas contratações e dizem que cerca de 300 funcionários deixaram seus postos nos últimos anos. “No último concurso foram feitos cadastro de reserva. Então eles podem contratar novos funcionários”, questiona Holanda.
O vice presidentre do sindicato, Alysson Guerreiro, disse que o plano de saúde da categoria é coparticipação, mas que o valor do plano foi reajustado e ficou muito alto.
“Está muito difícil de arcar. Um trabalhador paga R$ 200 duzentos reais hoje pelo plano dele, da esposa e de dois filhos. Só que agora a empresa fala que o custo aumentou e repassou isso para os trabalhadores. Esse mesmo trabalhador de R$ 200 agora terá que pagar R$ 800”, diz.
Confira abaixo a nota dos Correios na íntegra:
A greve é um direito do trabalhador. No entanto, um movimento dessa natureza, neste momento, serve apenas para agravar ainda mais a situação delicada pela qual passam os Correios e afeta não apenas a empresa, mas também os próprios empregados.
Esclarecemos à sociedade que o plano de saúde, principal pauta da paralisação anunciada para a próxima segunda-feira (12) pelos trabalhadores, foi discutido exaustivamente com as representações dos trabalhadores, tanto no âmbito administrativo quanto em mediação pelo Tribunal Superior do Trabalho e que, após diversas tentativas sem sucesso, a forma de custeio do plano de saúde dos Correios segue, agora, para julgamento pelo TST.
A empresa aguarda uma decisão conclusiva por parte daquele tribunal para tomar as medidas necessárias, mas ressalta que já não consegue sustentar as condições do plano, concedidas no auge do monopólio, quando os Correios tinham capacidade financeira para arcar com esses custos.
Fonte: G1 nordeste