Escola em Fortaleza pichada com ameaças a professores segue com aulas suspensas

A escola Dois de Dezembro, no Bairro Barra do Ceará, em Fortaleza, suspendeu aulas nesta terça-feira (30). Todas as atividades foram interrompidas depois da invasão ao prédio na manhã desta segunda-feira (29). Professores, pais de alunos e crianças estão assustados.

Paredes da escola apareceram com pichações assinadas por uma suposta facção, material didático e cadeiras foram retirados do lugar no intervalo das aulas desta segunda-feira (30).

O Ceará vive uma onda de violência. Na madrugada de sábado (27), 14 pessoas foram moras na maior chacina do estado e, dois dias depois, 10 presos foram mortos dentro da cadeira de Itapajé. Os dois episódios estão relacionados a brigas de gangues no estado.

Muitos pais vieram com os filhos até a escola, que fica na Avenida Francisco Sá, na Barra do Ceará. A entrada principal dos estudantes é feita por uma rua lateral, a Graça Aranha, mas aqui eles foram informados sobre a suspensão das aulas.

Alguns pais nem chegaram ao portão. Eram informados no meio do caminho e não entenderam o motivo. “Fiquei surpresa por ela está fechada. Ficamos sem saber o real motivo. Ai já estão dizendo que vai ter amanhã, não sei”, disse a costureira Lúcia Távora.

Um estudante de oito anos ficou triste pois queria rever os amigos e estudar. “Queria entrar e estudar”, conta.

Silvana Bruno recebeu a notícia da diretora da escola, que fez questão de vir falar com os pais, mas não quis dar entrevista. “A direção disse para gente que não vai ter aula pois a escola recebeu ameaças de traficantes.”

O medo de professores e funcionários é de que a escola seja invadida. Nesta segunda-feira, primeiro dia de retorno do ano letivo, as salas de aulas estavam bagunçadas e sujas. Carteiras quebradas e uma pichação trazia ameaças de morte a alunos e professores. Essa professora falou sobre o que eles viram. O lugar já foi alvo de bandidos.

“As salas estavam com tinta vermelha, com pichação e ameaças a professores funcionários e alguns funcionários fotografaram e já foram apagando. Não tiveram condições emocionais de ficar para trabalhar”, disse uma professora.

Desde segunda-feira quando a escola foi encontrada depredada por vandalismo e com ameaças, que a direção da escola disse que pediu um reforço na segurança do local. A gente chegou cedo por aqui e não existia guarda municipal, policiamento ou vigilante na escola.

Reforço na segurança

A Secretaria Municipal da Educação (SME) informa, sobre a escola municipal dois de dezembro, que a unidade registrou boletim de ocorrência no 33º distrito policial, e que a Guarda Municipal foi acionada e reforçou a segurança no local.

A equipe de mediação social da SME também esteve na escola conversando com a comunidade. A SME reforça que está em articulação com a Secretaria de Segurança Pública do Estado e que apoia as investigações para apuração dos fatos.

Fonte: G1 Nordeste