Ceará recebe encontro “Diálogos para Construção da Estratégia Brasil 2050”

Com foco no planejamento de longo prazo do país, o Ceará sediou, nesta quinta-feira (10), o evento “Diálogos para Construção da Estratégia Brasil 2050”. Promovido pelo Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), com apoio do Governo do Ceará, por meio da Secretaria do Planejamento e Gestão (Seplag-CE), o encontro foi realizado no Auditório Waldyr Diogo da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), em Fortaleza. A iniciativa reuniu autoridades nacionais e regionais, representantes do setor privado, da academia, da sociedade civil e de outros segmentos estratégicos para discutir os rumos do desenvolvimento brasileiro nos próximos 25 anos.

Na ocasião, a secretária Nacional de Planejamento do MPO, Virgínia de Ângelis, apresentou os objetivos do projeto e enfatizou a importância de uma construção coletiva para alcançar o país que a sociedade deseja no futuro. “Buscamos uma comunhão de esforços para avançarmos na direção de um país mais desenvolvido. O mundo passa por transformações cada vez mais aceleradas. Desde a posse do presidente Trump, o mundo se rearranja a cada dia. Em uma situação como essa, fazer uma discussão sobre o longo prazo parece descolada da realidade, mas não é. Como o secretário Alexandre (Cialdini) ressaltou, precisamos estar sistematicamente preparados para essas mudanças, mitigando riscos e aproveitando oportunidades.

Virgínia de Ângelis também destacou o Planejamento de Longo Prazo Ceará 2050 como uma referência importante na construção da estratégia nacional, elogiando políticas públicas desenvolvidas no Estado. “O Ceará é uma grande referência para nós. A política de educação do Estado é exemplo para o país inteiro. Temos também o grande potencial energético, a questão das energias limpas, o investimento na superação dos desafios da insegurança hídrica e o potencial turístico. Tudo isso levamos para a construção do plano”, afirmou.

O secretário Alexandre Cialdini reforçou a relevância do planejamento de longo prazo como instrumento fundamental para a formulação de políticas públicas que enfrentem desafios econômicos, sociais e ambientais. Segundo ele, o Estado é uma referência nacional nessa área, tendo lançado, em 2017, o Ceará 2050, iniciativa liderada pela Seplag-CE.

“O Ceará 2050 converge com a mesma terminologia do plano nacional, o Brasil 2050. Temos muito a agregar porque estamos incorporando os municípios no planejamento estratégico. Isso é o diferencial. Há 37 anos, somos um estado que consegue melhorar as taxas de investimentos, aprimorar a qualidade das políticas públicas e ter equilíbrio fiscal. O programa Ceará Sem Fome é um grande exemplo. É um programa social que tem efeito na economia, que vai ser importante na reforma tributária porque induz o consumo no local, na prestação de serviços, onde o povo mora”, afirmou Cialdini.

A programação contou ainda com as contribuições da vice-prefeita de Fortaleza, Gabriella Aguiar; do vice-presidente da Fiec, Carlos Prado; da presidente do Instituto Maria da Penha, Maria da Penha Fernandes; do diretor executivo da Rede Perifativa e liderança comunitária do bairro Curió, Leehaney Cavalcanti; do presidente da Associação dos Municípios do Ceará, Joacy dos Santos Junior; da vice-reitora da Universidade Federal do Ceará, Diana Azevedo; e do gerente de Desenvolvimento Sustentável da Fiec, Joaquim Rolim. Os participantes fizeram breves exposições sobre os desafios e as oportunidades para o Brasil durante o encontro.

Estratégia Brasil 2050

A Estratégia Brasil 2050 tem como objetivo ser o principal referencial de longo prazo para o desenvolvimento do país até 2050. A iniciativa busca integrar planos setoriais e regionais, melhorar a previsibilidade das ações governamentais, qualificar o ambiente de negócios e aumentar a transparência.

De acordo com a Portaria nº 244, de 7 de agosto de 2024, o plano deve ser finalizado até 31 de julho de 2025. A construção da estratégia envolve análise situacional, identificação de megatendências, elaboração de cenários, bem como avaliação de forças e fraquezas.

Entre os principais objetivos estão: reduzir desigualdades, fome e pobreza; enfrentar as mudanças climáticas e promover a sustentabilidade ambiental; preparar o país para a transição demográfica; aumentar os investimentos; e melhorar a competitividade e a produtividade da economia brasileira.

Os encontros estaduais têm como diretriz a ampliação da participação cidadã e do diálogo com a sociedade na formulação de um plano inovador, inclusivo e competitivo para o Brasil nas próximas décadas. Além do Ceará, os ciclos de debate já passaram pelo Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Paraíba e Pernambuco. Em todos eles, a escuta de diferentes setores da sociedade tem sido o eixo central do processo.


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