3 de outubro é o Dia Nacional da Abelha, a data faz parte do calendário ambiental do Brasil e nos lembra a importância ecológica desses pequenos insetos polinizadores, que são essenciais para a biodiversidade.
De acordo com a Associação Brasileira de Estudo das Abelhas (A.B.E.L.H.A.) existem mais de 20 mil espécies de abelhas no mundo, com diferentes tamanhos, cores, funções e características, e embora a abelha europeia (Apis mellifera) seja a espécie mais lembrada pela população, tanto pela produção de mel e cera, quanto por sua ferroada dolorida, o Brasil possui centenas de espécies de abelhas nativas sem ferrão.
Segundo estudo publicado em 2021, pela Universidade Federal do Ceará (UFC), foram localizadas 49 espécies de abelhas-sem-ferrão em terras cearenses. Algumas delas vivem em meliponários instalados nas Unidades de Conservação (UCs) estaduais sob a gestão da Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema).
Educação ambiental
Presentes no Parque Estadual do Cocó – em Fortaleza – e no Parque Estadual Botânico do Ceará – em Caucaia, os meliponários são espaços dedicados à criação de abelhas sem ferrão e importante instrumento de educação ambiental na UCs.
O espaço permite que o público conheça de forma prática as colônias de abelhas, seus ninhos e suas funções ecológicas através de visitas guiadas, palestras, cursos e oficinas, que sensibilizam a população sobre a importância das espécies para a preservação do meio ambiente.
Segundo a bióloga Roberta Rocha, que integra a equipe técnica do Botânico, as abelhas nativas têm importante papel no desenvolvimento econômico, social e ambiental. “Essas espécies polinizam e perpetuam muitas espécies de plantas nativas, nas lavouras e nos pomares, contribuindo para a produção de frutos e sementes e para a manutenção da biodiversidade. Além disso, produzem mel, própolis e cera, que apesar de inferior em quantidade à das abelhas com ferrão, desperta um grande interesse pelas características medicinais”, explicou.
Ela também destacou o papel do meliponário na preservação das espécies nativas que apesar da importância, estão ameaçadas por desmatamentos, queimadas, uso indiscriminado de agrotóxicos e o processo predatório de retirada do mel. “O nosso meliponário visa sensibilizar o público visitante, por meio da educação ambiental, para a conservação das abelhas sem ferrão e incentivar a criação das abelhas nativas, visto a condição de ameaça de extinção das mesmas”, pontuou Roberta Rocha.
Atualmente, os meliponários das Unidades de Conservação abrigam pelo menos três espécies de abelhas sem ferrão nativas da região, são elas: Jandaíra, Jati e Canudo.
Fonte: Sema