Governo do Ceará amplia Projeto Virando o Jogo e oferta dez mil vagas para jovens cearenses

Iniciativa promove atividades socioeducativas e qualificação para adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social

O Projeto Virando o Jogo, do Governo do Ceará, vai ofertar dez mil vagas para dar mais oportunidades a adolescentes e jovens, entre 15 e 22 anos de idade, que estão fora da escola ou ainda não trabalham. O anúncio da ampliação foi feito pelo governador Elmano de Freitas nesta segunda-feira (1°), no Palácio da Abolição, após a segunda reunião do Comitê do Comitê Social para o Fortalecimento da Segurança Pública. Representantes do colegiado estiveram presentes na ocasião.

O Virando o Jogo disponibiliza gratuitamente cursos profissionalizantes e atividades socioeducativas, criando oportunidades para o ingresso no mercado de trabalho e estimulando a reinserção escolar, além de buscar o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. A iniciativa é coordenada, desde 2019, pelo Programa Integrado de Prevenção e Redução de Violência (PReVio).

O público beneficiado é formado por adolescentes e jovens de 15 a 22 anos que não estudam e não trabalham com renda familiar per capita inferior a meio salário mínimo; estão em cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto ou após o cumprimento da medida e residem em áreas de vulnerabilidade.

Com investimento de R$ 66 milhões, a ampliação do projeto beneficiará a juventude de 19 territórios nas cidades de Fortaleza, Caucaia, Crato, Iguatu, Itapipoca, Juazeiro do Norte, Maracanaú, Maranguape, Sobral e Quixadá.

Com 21 cursos de qualificação profissional em diversas áreas, o Virando o Jogo oferta bolsa auxílio durante o processo de formação. O valor da bolsa é de R$ 250 nos dois primeiros meses, e R$ 300 nos últimos três meses, totalizando R$ 1.400.

A inscrição pode ser realizada no site virandojogo.casacivil.ce.gov.br ou por meio de busca ativa conduzida pelas equipes nas áreas de atuação do projeto, que realizam contatos telefônicos e visitas para articulação institucional e comunitária com instituições parceiras locais a fim de sensibilizar os adolescentes e jovens a participarem do projeto.

Transformando vidas

Desde 2019, o Virando o Jogo alcançou mais de 6 mil beneficiários. São jovens como Glória Emilly Alves, de 20 anos, que, em 2021, em meio às incertezas da juventude e a pandemia, foi convidada a participar do projeto. Segundo ela, o sim dado ao Virando o Jogo ampliou seus conhecimentos e trouxe sonhos.

“Foi um impulso importante para minha formação de caráter. Eu me conheci por dentro, como a Glória, que estava estudando, que ia conseguir um trabalho e ser alguém na vida. Consegui ser enxergada pelo poder público. A gente merece ter essa visibilidade, merecemos a inclusão. No Virando o Jogo eu fui vista”, contou Glória, que desde o Virando o Jogo está no mercado de trabalho formal.

Elmano de Freitas destacou o impacto dessas oportunidades para a juventude. “É para virar o Jogo na vida desse jovem, para que possa se afastar completamente de qualquer aliciamento no mundo do crime, voltar para ela, buscar emprego e empreendedorismo, um projeto de vida centrado no trabalho”, disse.

Ainda de acordo com o governador, os 19 territórios contemplados pelo projeto são definidos conforme estudo da Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp). “Nesses territórios também estamos priorizando escola em tempo integral. O Governo Federal está investindo no Pé-de-Meia para o jovem que está na escola em tempo integral. É uma política forte para prevenir a violência nesses territórios que registram mais de 50% dos índices de violência no estado”, complementa.

Virando o Jogo

O ciclo completo do Virando o Jogo dura nove meses, sendo cinco dedicados à formação, com três fases totalizando 298 horas.

1ª fase: Formação Cidadã e Ação Comunitária (98h/a): aborda temas como autoconhecimento, autoestima, relações sociais e afetivas, saúde, projeto de vida e primeiros socorros e propõe a realização de uma ação comunitária realizada pelos jovens
2ª fase: Qualificação Profissional (180h/a): curso de qualificação profissional;
3ª fase: Mercado de Trabalho, Empreendedorismo e Gestão Financeira (20h/a): desenvolve habilidades e competências para aumentar as chances de inclusão produtiva dos jovens, seja no mercado formal ou como microempreendedor individual/autônomo.

São ofertados mais de 21 cursos de qualificação em dois arcos ocupacionais, sendo:
• Industria e serviço (15 cursos): cabeleireiro unissex, barbeiro, manicure/pedicure, design de sobrancelhas, social media, manutenção de aparelho de celular, operador de caixa, assistente de recursos humanos, assistente administrativo, mecânico de manutenção de ar-condicionado, montador de sistemas fotovoltaicos, mecânico de manutenção de motocicletas, eletricista instalador residencial, salgadeiro, confeiteiro.
• Arte e cultura (6 cursos): audiovisual, iniciação teatral, iniciação em dança, fotografia digital, desenho e pintura, RAP e DJ.

Os beneficiários têm garantido fardamento, material didático, lanche e, em alguns casos, Vale-Gás Social (benefício adicional). Os concludentes dos cursos também recebem kits de incentivo ao empreendedorismo.

“Não é apenas formação, que é muito importante, mas também trabalha a questão comunitária, de voltar o jovem para o seu ambiente social. O Virando o Jogo trabalha a questão psicossocial, a integração do jovem na sua comunidade, porque é lá que ele transforma a sua vida e das outras pessoas que convivem com ele”, afirmou Avilton Júnior, coordenador do PReVio.

A ampliação do Virando o Jogo terá como novos parceiros o Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec) e IDT (Instituto de Desenvolvimento do Trabalho), por meio do Instituto Viver Ceará.

Comitê Social para o Fortalecimento da Segurança

Antes do anúncio da ampliação, o governador participou da segunda reunião do Comitê Social para o Fortalecimento da Segurança. O encontro pautou o detalhamento de projetos e programas sociais executados pelas instituições que integram o colegiado. O Comitê é composto por representantes dos três Poderes, de instituições do Sistema de Justiça e da sociedade civil.

O diálogo interinstitucional é fundamental para potencializar ações conjuntas a fim de prevenir a violência em territórios de vulnerabilidade social. “Vamos integrar as ações nesses territórios, para encaminhar a juventude às oportunidades. No dia que nós conseguirmos isso, vamos conseguir reduzir os índices de criminalidade”, defendeu Elmano de Freitas.

Por Larissa Falcão/Casa Civil