Os prédios residenciais precisam de ações específicas para prevenção de incêndios. Essas edificações concentraram 14,3% das ocorrências atendidas pelo Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE) em 2023, com 2.132 incêndios. Para edifícios mais altos, a corporação atualizou regras para resguardar vidas e patrimônio em caso de acidentes com fogo.
Pensando nas tendências do mercado imobiliário, que aposta na construção de prédios de mais de 100 metros de altura em Fortaleza, equipes do Comando de Engenharia de Prevenção de Incêndio (Cepi) visitaram a cidade de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, para pesquisar sobre as regras de prevenção de incêndios nos imóveis desse estilo, muito comuns no local.
O capitão Filipe Bentemuller, chefe da célula de pesquisa do Cepi, explica que há critérios específicos para cada tipo de prédio, dependendo das características de construção, como a quantidade de pavimentos e a altura da edificação. São esses fatores que vão definir o uso de extintores, hidrantes, saídas de emergência, detectores e alarmes de incêndio, brigadas, entre outros.
A norma técnica que dita essas regras foi atualizada em março de 2024. Em prédios com mais de 100 metros, será obrigatória a instalação de detectores de incêndio em todos os cômodos dos apartamentos, menos nos banheiros. Os sprinklers, chuveiros automáticos para combate de incêndio, também seguirão a mesma regulamentação. Em prédios de 30 a 100 metros de altura, os dispositivos só são obrigatórios em espaços de uso comum.
Para a arquiteta Isabella Cantal, conselheira titular do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Ceará (CAU-CE), a adoção das novas regras é essencial, fruto de estudos criteriosos do setor de engenharia do CBMCE.
“A razão da adoção dessa medida se dá devido ao grau de dificuldade do combate ao incêndio em casos de sinistros dessa natureza. A depender da altura, é provável que a escada do Corpo de Bombeiros não atinja o ponto mais alto do prédio, por exemplo. A evacuação dos ocupantes e vítimas também é mais complicada, demorada e dificultosa”, diz.
Ela explica que o fluxo de pessoas na hora de um incêndio é maior, com todas acessando a mesma rota de fuga. A abertura das portas de saída e o tipo de escada também é calculado pela altura e quantidade de pessoas que utilizam o prédio.
Fonte: Jornal O POVO/Alexia Vieira