O proprietário da casa que contratou o serviço de limpeza da fossa que explodiu e matou duas pessoas, em Bom Jardim, no Agreste pernambucano, pode ser indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. De acordo com o delegado José Raimundo Barbosa, o homem, que também se feriu no acidente, terá que explicar se as vítimas eram qualificadas para o trabalho e se forneceu equipamento adequado de segurança. Ele ainda será ouvido pela polícia.
“O dono tem que nos contar se houve falha humana ou não. Ele precisa dizer se o pessoal contratado tinha conhecimento do que deveria ser feito e os riscos do serviço. O dono pode responder por homicídio culposo se não afastou qualquer risco de vida”, pontuo. O homem foi socorrido e encaminhado para um hospital no Recife.
Testemunhas contaram à polícia que as vítimas usaram dois produtos químicos para a limpeza do local, carbureto e creolina. “Isso ocasionou uma reação ao ser colocado dentro de um lugar que já havia gás metano. Eles ainda provocaram uma faísca ao baterem com um martelo para abrir o local. Foi essa faísca que gerou a explosão”, acrescentou Barbosa.
O acidente ocorreu no distrito de Bizarra, cerca de 30 quilômetros de distância do Centro da cidade de Bom Jardim. Segundo o delegado, essa não seria a primeira vez que um caso semelhante acontece no município. “As pessoas fazem isso sem ter conhecimento e acabam gerando acidentes. Da outra vez a explosão foi tão grande que estourou até o vaso sanitário do lugar”.
Outro caso
Em abril deste ano, dois funcionários do condomínio Le Parc no bairro da Imbiribeira, na Zona Sul do Recife, foram encontrados mortos na rede de esgoto do prédio. As vítimas realizavam a limpeza do local. Eles morreram em decorrência de asfixia por afogamento. Em julho, a Polícia Civil de Pernambuco indiciou por homicídio culposo o síndico e o coordenador de manutenção do condomínio.
Fonte: G1