Vamos a uma brevíssima aula de grego: “isos” e “metron” são dois vocábulos que significam, respectivamente, “igual” e “tamanho”. Juntos, dão origem à palavra “isometria“, conceito que representa um equilíbrio de forças ou dimensões. Aplicado à sala de ginástica, ele designa um conjunto de práticas que, em comum, não alteram o comprimento dos músculos.
Para entender mais fácil, façamos um rápido exercício: una a palma das mãos em frente ao peito e pressione uma contra a outra. Sentiu a força e a tensão, mesmo sem fazer um movimento sequer com os braços? Pois aí que está: você trabalhou alguns músculos sem precisar se mexer. Pura isometria.
O princípio é velho conhecido do Oriente. Ioga e tai chi chuan trabalham a isometria. No Brasil, a técnica se popularizou com o pilates e treinos montados em academia. O exercício mais icônico por aqui é a prancha (que está logo abaixo). É tão potente que, enquanto movimentos tradicionais usam até 50% da capacidade de ativação do tônus muscular na região abdominal, ela demanda quase 100%. “Os músculos do abdômen são estabilizadores, e a prancha é uma posição instável. Assim, exige uma carga de trabalho muito maior que os exercícios isotônicos, aqueles mais tradicionais e que se valem de movimentos”, explica Júlio Serrão, professor da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (USP).
Outra vantagem dos exercícios isométricos é que não dependem exclusivamente de aparelhos de ginástica. Dá pra montar treinos eficazes só usando o peso do corpo. “Um dos principais atrativos da modalidade é que ela pode ser realizada em qualquer tempo ou lugar”, observa a fisiologista Andreza Fragoso, do Centro de Estudos de Fisiologia do Exercício e Treinamento (Cefit), em São Paulo. Na sala de ginástica, por sua vez, dá pra recrutar as mais diversas máquinas e halteres para trabalhar a isometria. “Basta manter a contração na posição indicada”, diz Andreza.
Fonte: Editora Abril