Por Leonardo Henrique / Agência News Cariri

O Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJ-CE) confirmou, nesta terça-feira (8), que foi aberta uma sindicância para apurar o comportamento do juiz Francisco José Mazza Siqueira, acusado de intimidação e constrangimento a vítimas de violência sexual em Juazeiro do Norte.

A abertura do processo partiu da iniciativa da Corregedoria-Geral de Justiça e foi publicada no Diário Oficial de Justiça. Conforme informações divulgadas pela TV Verdes Mares, o juiz Mazza foi acusado de constranger um grupo de 10 mulheres, numa audiência do dia 26 de julho. Na ocasião, as mulheres prestavam depoimento sobre denúncias contra o médico Cícero Valdizébio Pereira Agra, por abusos sexuais que teriam acontecido em 2021, durante consultas médicas.

Após ouvir os relatos das vítimas, o juiz Francisco Mazza duvidou dos depoimentos, afirmando que ele já foi assediado por mulheres quando era professor. “Tinha aluna que chegava se esfregando em mim – aqui não tem nenhuma criança, todo mundo é adulto –, e dizia: ‘professor, não sei o quê, não sei o quê…’, eu dizia: ‘minha filha, é o seguinte, quando eu deixar de ser seu professor, você faça isso comigo’”, disse o juiz.

“Quem acha que mulher é boazinha, estão tudo enganado, viu? Eita, bicho… bicho de mão pesada, bicho da língua grande e que chuta as partes baixas é mulher”, falou ainda Mazza, em outro trecho da audiência.

Em nota, o TJCE afirma que “o caso está sendo analisado pelo órgão correcional para avaliação de aplicação de outras medidas cabíveis”.

A defesa das vítimas afirma que a postura do juiz viola suas prerrogativas e desrespeita as mulheres, ao apresentar justificativas para os abusos, o que as coloca na situação de culpadas.