O presidente da Renault no Brasil, Fabrice Cambolive, afirmou nesta terça-feira, 14, que a projeção da montadora para o mercado de veículos leves em 2017 é de estabilidade em relação a 2016, quando as vendas de automóveis e comerciais leves somaram 1,98 milhão de unidades, queda de 19,8% ante o resultado de 2015.
Segundo ele, o comportamento do mercado este ano se dividirá em duas fases. No primeiro semestre, vão se sobressair os veículos comerciais, impulsionados pelo avanço da indústria como um todo; e, no segundo semestre, deve haver expansão entre os carros de passeio, que vão se beneficiar de um período com os juros ainda mais baixos, o crédito menos restrito e o desemprego parando de subir.
A projeção foi apresentada pelo executivo durante evento de lançamento da SUV Captur, que será produzida na fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná. A escolha deste tipo de carro é uma resposta ao avanço do segmento nos últimos anos. A participação das SUVs no mercado saltou de 11% em 2014 para 18% em 2016. “Estamos atendendo a um desejo do cliente brasileiro”, disse Cambolive.
Para o diretor de marketing da Renault, Bruno Hohmann, as SUVs podem ter uma relevância ainda maior para as vendas no Brasil, destacando que, em mercados mais maduros, a fatia chega a ser de 25% a 30%. “É o segmento da moda”, afirmou o executivo.
De acordo com Hohmann, a decisão de lançar um SUV também é uma tentativa de mirar nos consumidores de maior renda, que, em meio a uma restrição do crédito para veículos, têm mais facilidade para contratar um financiamento. “São clientes que também trocam de carro com maior frequência, de três em três anos”, ressaltou.
Não é à toa que a montadora deixou apenas para o segundo semestre o lançamento de um carro de entrada, segmento que tem sofrido com a crise porque é voltado para consumidores de menor renda. A ideia, explicou Hohmann, é que o carro seja lançado no momento em que o mercado de veículos esteja se recuperando com mais consistência. Batizado de Kwid, o novo modelo será anunciado oficialmente em julho. “É o carro certo na hora certa”, disse. Com informações do Estadão Conteúdo.