Barragens na ‘iminência de romper’ no Ceará são irregulares e sem fiscalização, alerta Defesa Civil

O Ceará tem registrado casos de rompimentos de barragens desde o início do mês de março, quando o estado começou a receber fortes volumes de chuvas. Como consequência, casas desabaram, outras ficaram completamente alagadas e milhares de pessoas sem moradia por terem perdido tudo o que tinham.

Algumas dessas barragens que romperam, segundo a Defesa Civil, eram irregulares e apresentavam riscos.

O mais recente caso aconteceu no último domingo (9) no município de Farias Brito, na região do Cariri cearense. Uma barragem particular que estava em situação irregular rompeu e a água invadiu a cidade, inundando casas e comércios.

De acordo com o Tenente-Coronel Haroldo Gondim, coordenador estadual de Proteção e Defesa Civil do Ceará, o estado contabiliza cerca de 105 mil espelhos d’água. Segundo ele, são pequenos barramentos, entre eles particulares, que ao longo do tempo não passam por manutenção.

Para Haroldo, é necessário uma parceria entre o estado do Ceará e os municípios que apresentem riscos, para que os desastres sejam evitados.

“Se são barragens irregulares, essas barragens são áreas de risco. É preciso ter essa parceria entre o estado e o município, sendo o município o protagonista fazendo todo esse trabalho de plano de contingência, de mapeamento de todas as suas áreas de risco para que o estado possa atuar de forma eficiente”, pontuou.

O coronel também informou que a Defesa Civil recebeu muitas denúncias de barragens que apresentam risco de romper em diferentes cidades do Ceará.

Para ele, é importante que os donos de barragens particulares tenham em mente que eles podem possuir barramentos, mas desde que eles sejam regulares e que passem por manutenções.

“Eu sei que é difícil para quem mora na seca, para quem tem pouca água, pouco recurso, mas isso tem que ser feito para que se evite novos desastres como teve em Farias Brito, por exemplo. Se o particular não tem condições de fazer nenhuma intervenção, cabe ao município fazer intervenção. Cabe a ele fazer a vistoria e as intervenções necessárias para que se evite esse rompimento das paredes”, pontuou.

Fonte: G1