Resíduos serão depositados em aterro sanitário privado; prefeitura afirma que área do antigo depósito irregular vai ser recuperada, mas não detalhou como.
Barbalha se tornou o primeiro município da região de Crajubar (Crato, Juazeiro e Barbalha) a desativar o lixão. Nesta sexta-feira (13) os dois últimos caminhões depositaram resíduos no local, que funcionava há mais de duas décadas às margens da rodovia CE-293, na direção que leva ao distrito do Caldas e a cidade de Jardim.
“A gente está contribuindo para o meio ambiente e para a saúde da população. No verão, a fumaça do lixão ia toda para a cidade, causando problemas alérgicos e respiratórios na população”, disse o prefeito Guilherme Saraiva (PDT).
Segundo o secretário municipal de Meio Ambiente, Alex Barreto, o lixo produzido na cidade será recolhido pela empresa que venceu a licitação e encaminhado para um aterro sanitário privado que fica em Juazeiro do Norte. Mensalmente serão pagos até R$ 110 mil de recursos próprios do município, sem cobrança de taxa dos moradores.
A contratação da empresa por meio de licitação é uma ação emergencial. O município faz parte do Consórcio Intermunicipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do Cariri (Comares), que pretende implementar um aterro sanitário para nove municípios — podendo chegar a 10 se houver a adesão de Juazeiro do Norte.
Em dezembro, foi realizado um leilão. Além do aterro, as empresas vencedoras vão instalar uma central regionalizada de resíduos no Cariri. Nesse caso, haverá, cobrança de tarifa. Enquanto o Comares não coloca em prática esse planejamento, Barbalha decidiu realizar a própria licitação.
Demanda antiga
A problemática do lixão já foi alvo de recomendação do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), através da 2ª Promotoria de Justiça de Barbalha.
Em maio de 2017, o MPCE recomendou a suspensão da queima de materiais no lixão para que a fumaça tóxica que se espalhava pela cidade fosse eliminada. O procedimento informava que o órgão vinha recebendo reclamações constantes de cidadãos sobre a nuvem de fumaça contínua provocada pela queima de papéis, plásticos e demais resíduos sólidos, causando problemas principalmente em crianças e idosos.
Na recomendação, além da suspensão da queima de materiais, o Ministério Público requereu a adoção das providências necessárias para o isolamento do local, o recolhimento de todo o lixo existente sobre a superfície do lixão e o aterramento em valas apropriadas.
Situação dos catadores
Dentro do lixão trabalhavam mais de 40 pessoas que separavam recicláveis. De acordo com o município, os trabalhadores terão apoio.
“Nesse primeiro momento, a empresa vencedora da licitação ofereceu emprego a 12 catadores. Os demais terão suporte através da cooperativa de catadores, vamos dar todo um suporte financeiro às famílias associadas. E aquelas que ainda não estão associadas vamos conversar para participarem”, afirmou o secretário de Meio Ambiente.
Terreno contaminado
A área onde ficava o lixão deve ser recuperada, já que a decomposição dos resíduos contamina o solo, o ar e a água do subsolo.
O antigo depósito de Barbalha fica numa área da Chapada do Araripe, que reúne um dos principais remanescentes florestais do Ceará.
Segundo a prefeitura, o espaço vai passar por um processo de revitalização. Não foi detalhado de que forma isso será feito.
Fim dos lixões
O Marco do Saneamento, instituído no país por meio de lei federal, estabelece um prazo para o fim dos lixões no Brasil. Até 2024, todos devem ser encerrados.
Fonte: G1