Eduardo Bolsonaro anuncia que vai se licenciar do mandato de deputado para não ser preso

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou nesta terça-feira (18) que vai se licenciar do mandato parlamentar. Em vídeo postado nas redes sociais, o filho do ex-presidente afirmou que vai ficar nos Estados Unidos para buscar as “justas punições” ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.

“Abdico temporariamente [do mandato], para seguir bem representando esses milhões de irmãos de pátria. Irei me licenciar sem remuneração para que possa me dedicar integralmente e buscar as devidas sanções aos violadores de direitos humanos”, disse.


No vídeo, ele afirma que o ministro está tentando usar seu mandato como “cabestro, ferramenta de chantagem e coação do regime de exceção”, sendo um instrumento para prendê-lo e impedi-lo de representar os interesses do país.

“Não irei me acovardar, não irei me submeter ao regime de exceção e aos seus truques sujos. […] Só retornarei quando você [Moraes] estiver devidamente punido”, ressaltou.

Segundo ele, “não é fácil” se afastar temporariamente do cargo de deputado federal. “Não é fácil saber que meu pai pode ser injustamente preso e talvez eu jamais tenha a chance de reencontrá-lo pessoalmente de novo. Não tenho dúvida: o plano dos nossos inimigos é encarcerá-lo para assassiná-lo na prisão ou deixá-lo lá perpetuamente”, reiterou.

Eduardo informou que vai se dedicar integralmente a “fazer justiça” e “criar um ambiente para anistiar os reféns do 8 de Janeiro e demais perseguidos que fizeram parte do governo Bolsonaro”.
“Abro mão, de cabeça erguida, de toda essa pompa para seguir firme na minha missão de trazer justiça para todos os tiranos violadores de direitos humanos mais básicos”, anunciou.

Como confirmou o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), Eduardo seria o nome indicado pelo partido para assumir a presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara.

Ao anunciar a licença, Eduardo admitiu que o cargo “facilitava a abertura de portas internacionais”. “No entanto, essas portas já estão abertas. Agora, necessito de tempo e dedicação integral para seguir trabalhando e representando não só os paulistas, mas todos os brasileiros”.

O deputado sinalizou não ter sido proposital a volta aos Estados Unidos no mesmo dia em que o PT protocolou na PGR (Procuradoria-Geral da República) um pedido de retenção do passaporte dele.

“Em 27 de fevereiro, eu estava voando com a minha família para os Estados Unidos, num voo que havia comprado poucos dias antes”, disse, completando acreditar ter pego o PT e Alexandre de Moraes de surpresa, já que havia voltado ao Brasil dos EUA dois dias antes da nova viagem. “Nunca imaginei que eu faria uma mala de sete dias para não mais retornar para minha casa”, afirmou.

“Se Alexandre de Moraes quer apreender o meu passaporte ou mesmo me prender para que eu não possa mais denunciar os seus crimes nos EUA, então é justamente aqui que eu vou ficar e trabalhar mais do que nunca”, completou.

Fonte: R7

 


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