Centro Cultural Daniel Walker recebe homenagem do Mestre João Pedro a Gilmar de Carvalho

O Centro Cultural Daniel Walker, em Juazeiro do Norte, recebe, de 18 a 28 de fevereiro, a exposição do Mestre João Pedro em homenagem a Gilmar de Carvalho. A abertura será às 18h, na antiga Estação Ferroviária. No primeiro dia da exposição, também será lançado o livro Barro, vida e tradição, de autoria do mestre. A mostra marca os cinco anos de falecimento de Gilmar e é a primeira exposição do artista no Centro Cultural. O evento conta com o apoio da Prefeitura de Juazeiro do Norte por meio da Secretaria de Cultura.

A exposição é inspirada no imaginário popular, na religiosidade, nas raízes culturais e na trajetória de Gilmar de Carvalho. Além das xilogravuras, a mostra apresenta livros, folhetos e lápis artesanais. O livro a ser lançado na ocasião narra a história do trabalho de todas as gerações da Maria de Barro, em Juazeiro do Norte. Segundo Mestre João Pedro, “o livro faz parte do meu projeto, que propaga as diversas formas artísticas da cidade, buscando mostrar quem faz arte, como Gilmar fazia enquanto estava vivo.”

Mestre João Pedro relembra que Gilmar de Carvalho chegou a Juazeiro do Norte em 1976 e logo se encantou com a cultura popular da região, incluindo a xilogravura, a poesia de cordel e o artesanato feito com diferentes materiais. Para o mestre e outros artistas, Gilmar teve um papel fundamental na divulgação das artes produzidas no Cariri.

Ao longo de sua vida, Gilmar de Carvalho registrou narrativas orais que deram visibilidade aos detentores de saberes tradicionais e à cultura local. Como pesquisador, jornalista e professor, ele também levou a cultura popular nordestina para diversas partes do mundo. Gilmar faleceu em 2021, vítima da Covid-19.

A obra de Mestre João Pedro, tanto na xilogravura quanto na poesia, carrega a presença de Gilmar de Carvalho, que foi um elo entre várias manifestações artísticas e culturais. Além de escritor, o mestre abordou, em alguns de seus livros, as técnicas utilizadas na xilogravura e manifestações como o maneiro-pau e a lapinha.

O secretário interino de Cultura, Roberto Viana, destaca que as obras de Mestre João Pedro se caracterizam pelo uso de técnicas modernas e tradicionais na xilografia. “O mestre é um símbolo vivo da cultura popular nordestina”, afirma.

Mestre João Pedro foi reconhecido em 2019 como Mestre da Cultura em Xilogravura e Literatura de Cordel, por meio da Lei nº 18.232. Além de xilógrafo, é cordelista e atua na cena artística e cultural desde seus primeiros anos como poeta de cordel. Há mais de 25 anos, dedica-se à xilogravura, mantendo viva uma das expressões mais autênticas da cultura nordestina.


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