O McLaren W1, novo modelo flagship da marca, foi revelado no domingo (6). O hipercarro híbrido traz tecnologias que irão pavimentar o futuro da marca, com alta performance e já pode ser considerado o modelo mais potente da história da montadora.
Sucessor do P1, lançado há 11 anos, o McLaren W1 traz um conjunto híbrido composto por um motor V8 4.0 l biturbo e um motor elétrico, derivado da Fórmula 1.
O conjunto gera 1.275 cv de potência e 136,7 kgfm de torque. Tudo isso é transmitido somente às rodas traseiras por um câmbio manual-automatizado (DCT) de oito marchas. O W1 pode acelerar de 0 a 100 km/h em 2,7 segundos.
O preço base do McLaren W1 é US$ 2,1 milhões (cerca de R$ 11,5 milhões, sem considerar taxas). Todas as 399 unidades do modelo já foram vendidas, e ainda não foi divulgado se alguma delas virá ao Brasil. Caso venha, o preço deve ultrapassar os R$ 20 milhões.
Design
O W1 foi apresentado ao mundo em pinturas bicolores, que unem laranja e preto — em referência às cores usadas pela marca na Fórmula 1. Em breve, o carro deve ser exibido em outras configurações.
O design do modelo, embora não tão inovador quanto o do antecessor P1, é bastante agressivo e traz novos elementos não vistos antes na marca.
As portas, diferentemente dos outros McLaren até hoje, abrem-se no estilo “asa de gaivota”. A prioridade principal do design externo é a aerodinâmica: além das inúmeras entradas e saídas de ar, os aerofólios traseiro e dianteiro movem-se para atender as necessidades aerodinâmicas do carro.
Os bancos do motorista e do passageiro são fixos: são os pedais, volante e painel de instrumentos que contam com ajustes de profundidade — essa solução já foi empregada antes em carros como Ferrari LaFerrari e Ford GT, mas em um McLaren é a primeira vez.
O volante é novo e traz consigo dois botões, herdados do P1: BOOST e DRS. O primeiro oferece potência extra por breves intervalos de tempo e o segundo opera na aerodinâmica do carro para reduzir o arrasto, assim como em um carro de Fórmula 1.
A maior parte do interior é revestido em fibra de carbono e em um tecido leve desenvolvido pela McLaren e batizado de InnoKnit.
Performance
O conjunto híbrido do McLaren W1 gera 1.275 cv de potência e 136,7 kgfm de torque. A marca opta por manter a tração traseira e direção hidráulica, a fim de manter a sensação de pilotagem mais próxima a de um carro de corrida.
O carro pesa 1.399 kg (sem fluidos), apenas 4 kg a mais que seu antecessor, o McLaren P1. A tecnologia compacta do motor elétrico cobra seu preço em autonomia: o McLaren W1 é capaz de rodar por apenas 2 km no modo 100% elétrico.
No material de lançamento, a McLaren optou por dar ênfase na aceleração de 0 a 200 km/h, que acontece em 9,6 segundos. Os números de aceleração do W1 são os mais impressionantes de qualquer carro de rua que a McLaren já produziu.
A velocidade máxima do W1 é de 350 km/h, a mesma do antecessor P1. Para a fabricante, velocidade máxima não era uma prioridade nesse modelo, já que ela já se mostrou capaz de fazer carros com maior velocidade máxima, como o Speedtail e o F1.
A suspensão do modelo é focada em performance e leveza. Muitos de seus componentes são feitos em titânio e impressos em 3D. A altura da suspensão muda de acordo com o modo de condução selecionado.
O chassi é um monocoque em fibra de carbono, batizado de McLaren Aerocell. Os bancos são integrados a ele. Os freios de carbono-cerâmica podem desacelerar de 100 a 0 km/h em 29 metros.
História e futuro
Considerado o avô do W1, o McLaren F1 revolucionou o universo automotivo quando foi lançado em 1992. O F1 foi, por anos, o carro de rua mais rápido do mundo, com velocidade máxima de 386 km/h.
Após a produção do F1 e suas variações, a McLaren passou por uma era de projetos cancelados, incertezas e uma colaboração com a Mercedes-Benz na produção do famoso esportivo SLR. Foi em 2010 que a marca retomou o desenvolvimento e a criação de carros de rua sob o nome de McLaren Automotive.
O híbrido P1 foi lançado em 2013 para ocupar a primeira prateleira da marca — chamada de Ultimate Series. Os carros dessa categoria são os mais caros e potentes da marca.
Após o lançamento do P1 e da suas variantes não homologadas para uso em vias públicas, a McLaren lançou outros carros na categoria Ultimate Series, como Elva, Senna e Speedtail, mas nenhum deles tinha a mesma filosofia do P1: de ser um projeto completamente inovador e que pavimentaria a próxima década de produtos da marca. O W1 vem para ocupar esse posto.
Por Guilherme Machado/CNN