Por Agência News Cariri
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) procurou o ex-presidente Michel Temer (MDB), uma semana antes do ato realizado no domingo (25), na avenida Paulista, para alinhar o discurso que proferiu ao seus apoiadores, pedindo “pacificação”.
Segundo fontes próximas aos dois ex-mandatários, Temer alertou Bolsonaro sobre os riscos de adotar um tom agressivo contra, por exemplo, o Supremo Tribunal Federal (STF). A recomendação do emedebista foi a de que Bolsonaro adotasse uma postura conciliadora em sua fala, sendo acatada pelo direitista.
Em seguida, Michel Temer teria conversado com alguns ministros do STF, garantindo que Bolsonaro não radicalizaria o discurso, no ato da Paulista. Outra recomendação de Temer, igualmente adotada pelo adversário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022, foi a de que o enfrentamento ao atual governo teria que ser por meio do voto.
Não foi a primeira vez que Bolsonaro procurou Temer para amenizar a relação tensa que possui com a suprema corte. Em setembro de 2021, após chamar o ministro Alexandre de Moraes de “canalha” e dizer que não cumpriria suas determinações, o então presidente percebeu que havia se excedido e pediu a ajuda de Temer para escrever uma carta, dizendo que não teve intenção de agredir quaisquer dos Poderes.
No discurso deste domingo, Bolsonaro falou em “abuso de alguns”, algo que não estava previsto no roteiro que traçou, junto com Temer. Mesmo assim, a declaração não foi vista como tendo conotação grave e o ex-presidente emedebista aprovou a fala de seu sucessor.