André Figueiredo desfaz diretório do PDT Ceará e Cid Gomes entra com notificação extrajudicial

Por Leonardo Henrique 

O presidente estadual e nacional do PDT, André Figueiredo, decidiu, na quinta-feira (5), dissolver o diretório do partido no Ceará, ao passo em que o senador Cid Gomes ingressou com uma notificação extrajudicial para questionar a inatividade da sigla.

A decisão foi tomada para barrar um movimento do grupo ligado a Cid, que conseguiu o número suficiente de assinaturas para convocar a votação da nova presidência do partido.

Uma comissão provisória para assumir o partido no Ceará foi nomeada, tendo como presidente Christina Brasil. Segundo a nota oficial, publicada nesta sexta-feira (6), o PDT nacional afirma que a medida se justifica por conta da prorrogação do mandato do diretório.

Mas Cid Gomes, na notificação enviada ao secretário da executiva nacional do PDT, Manoel Dias, aponta que se surpreendeu com a informação, no site do TSE, de que o partido no Ceará encontra-se inativo.

O senador afirma que a sigla estava “em plena atividade partidária (…), inclusive com realização de reuniões e demais atos partidários pertinentes (…)”.

 

O agravamento da crise

Na última segunda-feira (2), André Figueiredo destituiu Cid Gomes da presidência do PDT Ceará. O deputado federal disse que o senador descumpriu acordos que teriam sido assumidos em julho, quando fechou acordo com Cid e se licenciou para que ele assumisse o diretório do PDT Ceará.

O objetivo era que o ex-governador do Ceará trabalhasse para pacificar o partido, desunido desde o rompimento com PT, nas eleições de 2022. Em troca, Cid apoiaria a reeleição de André Figueiredo ao comando do partido. Contudo, algumas ações do diretório, sob o comando do senador, incomodaram o grupo liderado por Figueiredo.

A primeira delas foi conceder a “carta de anuência” ao presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, deputado Evandro Leitão (PDT), que recebeu convite do PT para se filiar e se candidatar à prefeitura de Fortaleza, em 2024, e enfrentar o prefeito José Sarto (PDT), que deverá disputar a reeleição.

Outra ação foi o fato de Cid ter pautado, na reunião do PDT do dia 29 de setembro, a possível adesão da sigla à base aliança do governador Elmano de Freitas (PT) e do ministro Camilo Santana. Na ocasião, André Figueiredo saiu do encontro, acusando o senador de tomar medidas “ditatoriais”.

Por conta desse histórico, Figueiredo, apoiado pelo ex-prefeito Roberto Cláudio e pelo ex-ministro Ciro Gomes, retirou Cid do comando da legenda no Ceará. No mesmo dia, o senador afirmou que reuniria as assinaturas para convocar novas eleições do diretório pedetista.