Por Leonardo Henrique
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, pretende confessar sua participação no esquema de venda das joias a mando do ex-presidente. A informação foi dada pelo advogado de Cid, Cezar Bittencourt, à revista Veja, nesta quinta-feira (17).
Segundo o advogado, o ex-ajudante de ordens pretende dizer à Justiça que, após vender as joias nos Estados Unidos, entregou o dinheiro em espécie a Bolsonaro, para não deixar provas. Os itens valiosos eram presentes da Arábia Saudita, e, de acordo com o Tribunal de Contas da União, eram para ser incorporados ao acervo da Presidência da República, e não ficarem sob a guarda pessoal do ex-presidente.
Mauro Cid está preso desde maio, pelo caso de fraude dos cartões de vacina de Jair Bolsonaro e familiares. O tenente-coronel era um dos homens de confiança do ex-presidente, ao longo do mandato.
Cezar Bittencourt disse que Cid apenas cumpria ordens de Bolsonaro, e citou o caso da venda dos relógios de luxo avaliados em R$ 68 mil, das marcas Rolex e Patek Phillipe. Na ocasião, O ex-presidente teria dito ao tenente-coronel: “resolve lá”.
Para garantir o repasse dos valores na venda dos relógios, o ex-ajudante de ordens teria usado a conta bancária do pai, Mauro Lourena Cid, nos Estados Unidos, onde colocou o dinheiro, que seria, posteriormente, enviado ao Brasil.
No mês de fevereiro, Mauro Cid diz ao pai que Jair Bolsonaro iria a Miami e recomendou que acolhesse o ex-presidente na casa de Mauro Lourena. Lá, ele entregaria, em espécie, US$ 25 mil a Bolsonaro.
O objetivo da confissão é diminuir a pena do ex-ajudante de ordens, com os indícios apontando cada vez mais para o envolvimento dele no caso.