O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu, nesta quarta-feira (21), que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não utilize “novos fatos” no julgamento que pode deixá-lo inelegível por oito anos, assim como foi feito, segundo ele, no julgamento da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer, há cinco anos.
“Durante o julgamento, houve um intenso debate se as novas provas poderiam ser agregadas ao processo inicial movido pelo PSDB, em 2015. A discussão foi que essas novas provas não poderiam ser agregadas ao processo. Logicamente, ficou frágil a ação e, por 4 x 3, o TSE manteve a chapa Dilma-Temer”, afirmou Bolsonaro em visita ao Senado hoje.
“A ação movida contra mim está em julgamento e novos fatos foram apensados à minha ação. Ou seja, a partir do momento que o TSE, aproveitando a jurisprudência de 2017, aplicar para o meu caso, a acusação contra mim por se reunir com os embaixadores torna-se frágil”, concluiu.
A Corte começará a analisar, na manhã de quinta-feira (22), uma ação ajuizada pelo PDT que acusa Bolsonaro de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicações por conta de uma reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada, em julho de 2022, em que ele fez ataques ao sistema eleitoral.
Bolsonaro ainda disse que, como o julgamento manteve Michel Temer na Presidência da República, houve a indicação de Alexandre de Moraes para ser ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Ou seja, se não fosse esse julgamento, tirando as provas fora, Alexandre de Moraes não seria ministro do STF, porque o Temer seria cassado também. Eu espero que ele haja com imparcialidade, juntamente com o tribunal como um todo, porque os fatos são exatamente os mesmos”, declarou Bolsonaro.
Questionado se as acusações que enfrenta no TSE são mais graves daquelas contra os ex-presidentes Dilma e Temer, Bolsonaro negou ter tramado um golpe de Estado e voltou a reiterar que “sempre jogou dentro das quatro linhas”.
A CNN procurou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o ministro Alexandre de Moraes para comentar as declarações, e aguarda retorno.
Fonte: CNN Brasil