Ibovespa desce aos 100 mil pontos, contaminado pela crise no setor bancário nos EUA e Europa

Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, opera em forte queda nesta quarta-feira (15), com investidores voltando a ficar receosos com os efeitos da crise bancária nos Estados Unidos e com o derretimento do Credit Suisse na Europa. (saiba mais abaixo)

Às 12h10, o índice recuava 1,77%, aos 101.134 pontos. Na mínima do dia, chegou a 100.692 pontos. Veja mais cotações

Na segunda, o Ibovespa teve queda de 0,18%, aos 102.932 pontos. Com o resultado, o índice passou a acumular quedas de 3,86% no mês e de 8,07% no ano. 

Já o dólar opera em alta de 1%, acima dos R$ 5,30.

O que está mexendo com os mercados?

 

Desde a falência do banco californiano Silicon Valley Bank (SVB), as autoridades americanas lançaram planos de contenção para garantir a solidez do sistema bancário. O Federal Reserve permitiu, por exemplo, que os bancos pudessem emprestar quantias “ilimitadas”, desde que os empréstimos possam ser garantidos por títulos do governo seguros. 

Com a quebra do SVB, os reguladores também prometeram recuperar todos os depósitos de clientes do banco e do Signature Bank, que faliu no fim de semana, mesmo acima do limite padrão de US$ 250 mil. As medidas conseguiram estabilizar um pouco os mercados na terça-feira, mas a situação continuou sob observação. 

Nesta quarta-feira, contudo, os investidores voltaram a fugir para ativos seguros após temores sobre a saúde do banco Credit Suisse. Depois de resultados ruins apresentados na semana, seu principal acionista, o Saudi National Bank, da Arábia Saudita, anunciou que não vai apoiar a instituição com um aumento de sua participação no capital. 

O presidente do SNB, Ammar Al Khudairy, à Reuters disse que não pode ultrapassar seu patamar societário — que hoje é de quase 10% — “devido a uma questão regulatória”. 

Os papéis do banco entraram em queda livre de mais de 20% na bolsa suíça nesta quarta e ressuscitarem medos mais amplos sobre uma quebradeira no setor financeiro internacional.

O Credit Suisse está no olho do furacão há vários meses e, no final de 2022, precisou levantar fundos. O banco arrecadou 4 bilhões de francos suíços (US$ 4,4 bilhões), por meio de um aumento de capital que permitiu a entrada do banco saudita. No início de março, o fundo de investimentos americano Harris Associates, que era um dos acionistas mais importantes, vendeu toda sua participação no banco. 

Na Europa, as ações foram às mínimas do ano, contaminadas pela pressão ao setor bancário. Também há um clima de esfriamento do otimismo de que o Federal Reserve possa reduzir o ritmo de alta de juros na próxima semana, na esteira do colapso do Silicon Valley Bank (SVB). 

Juros mais altos nos Estados Unidos elevam a rentabilidade dos títulos públicos do país, que são considerados os mais seguros do mundo. Isso prejudica os ativos de risco, como o mercado de ações. 

Entre os indicadores, o mercado espera resultados da inflação ao produtor e vendas do varejo nos EUA.

Fonte: G1