O Ceará fechou o período de janeiro a julho de 2022 com crescimento de 84% nas importações, com valor de US$ 3,2 bilhões, e de 9% nas exportações, com US$ 1,57 bilhão, na comparação com igual período do ano passado.
Os resultados destes meses geraram um saldo negativo de US$ 1,6 bilhão na balança comercial do Estado.
Os dados são do Ceará em Comex, estudo de inteligência comercial elaborado pelo Centro Internacional de Negócios (CIN), da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).
Fortaleza segue como principal município importador cearense, com 37,3% do total comprado pelo estado no Exterior no período analisado. Foram US$ 1,19 bilhão em aquisições, com destaque para os produtos de “combustíveis minerais, óleos minerais e produtos da sua destilação”, demandados por Emirados Árabes Unidos e Estados Unidos.
Já São Gonçalo do Amarante figura como maior exportador, com 58% do total vendido pelo Ceará. Foram US$ 912,3 milhões em vendas no ano de 2022.
Destacam-se as vendas de produtos à base de ferro e aço, considerando que o município engloba o principal polo siderúrgico do estado, com a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP).
Também cresceu a exportação de matérias betuminosas, destinadas, em especial, para a Espanha e a
Bélgica.
Importações cearenses
Em julho, as importações cearenses subiram 38% ante igual período de 2021, contabilizando US$ 279 milhões.
Sobre a participação, as compras de fora do Ceará representam 15,65% do volume do Nordeste e 2% do nacional no acumulado de 2022.
Com isso, o Estado é o 16º estado exportador brasileiro e o 14º no que se refere às importações.
Municípios importadores no Ceará
Depois de Fortaleza, São Gonçalo do Amarante é o segundo município da lista e representa 28% do total importado no ano.
Foram US$ 903,4 milhões em compras do Exterior, num salto de 184%. Combustíveis minerais se destacaram nas aquisiões, seguidos de produtos à base de ferro e o manganês.
Maracanaú vem em terceiro com desempenho positivo de 119% nas importações, com US$ 384,1 milhões. À frente a busca por produtos do setor de químicos orgânicos de origens, em sua maioria, chinesa e indiana.
Já Caucaia teve alta de 12% no ano, com US$ 346,8 milhões em importações, pesando o aumento nas compras de produtos do setor siderúrgico e de “obras de pedra, gesso, cimento, amianto, mica ou de matérias semelhantes”. A China foi o principal país fornecedor.
Em seguida, Aquiraz subiu 18% e contabilizou US$ 219,2 milhões, com estímulo da procura por partes e peças automotivas oriundas da China.
Chorozinho manteve crescimento de 19,5%, totalizando US$ 17,1 milhões. Combustíveis a base de “óleos de petróleo ou de minerais betuminosos”, provenientes dos Estados Unidos e Holanda, foram os produtos demandados.
Eusébio vai na contramão e aparece com queda de 10% em relação ao ano anterior, com valor de US$ 37,8 milhões em compras. O resultado, segundo a pesquisa, veio do recuo nas aquisições de partes e acessórios dos veículos e de outros aparelhos e materiais elétricos.
Também apresentou uma variação negativa Sobral, com queda de 18,6% em 2022 (US$ 17,8 milhões). Destaque para menor aquisição de produtos do setor de combustível e ainda de químicos orgânicos e obras de plástico.
Com redução de 55,7%, Horizonte totalizou US$ 15,3 milhões em importações no acumulado ano de 2022. Comprou, principalmente do setor de “eeatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos, e suas partes” da Alemanha.
Já Maranguape soma de US$ 12,6 milhões, retraindo 8,4% de janeiro a julho. Os produtos pertencentes ao setor das máquinas e suas partes, oriundos da China, foram os mais procurados pelo município.
Combustíveis minerais, óleos minerais e produtos da sua destilação; matérias betuminosas; ceras minerais ainda se mantêm como principal compta do Ceará.
No acumulado de 2022, o setor já totaliza US$ 1,58 bilhão em aquisições, alta de 277%. Puxou a procura por óleo diesel, principal produto do setor em destaque, que apresentou variação positiva de 663% ante gual período do ano anterior.
Depois vêm as aquisições de “produtos químicos orgânicos” (alta de 197,5% e valor de US$ 313,3 milhões) e “máquinas, aparelhos e materiais elétricos, e suas partes” (14% no ano e US$ 220,4 milhões).
De onde o Ceará importa
Destaque para Estados Unidos (US$ 996 milhões), com alta de cerca de 126,8% no acumulado de 2022. O país foi responsável por 31% do valor total comprado no Exterior.
Em seguida vem a China, grande fornecedora de equipamentos para geração de energia fotovoltaica, partes e peças automotivas e produtos da indústria química, que forneceu cerca de 23% do valor total demandado pelo Ceará por produtos no mercado internacional.
Em 2022, o Estado cresceu em 45% o valor em importações do país asiático, somando US$ 743,8 milhões em aquisições.
E devido à alta procura pelo óleo diesel, os Emirados Árabes Unidos elevaram 326.681% as importações para o Ceará, o que corresponde a um montante de US$ 263,5 milhões.
Exportações cearenses
Já nas exportações, o Ceará registrou o valor de US$ 251,4 milhões em julho de 2022, apresentando recuo de 24% ante igual mês do ano anterior.
Na balança comercial do Nordeste, a participação da pauta exportadora cearense representa 9,65%. Na do Brasil, mantém-se em 0,8%. Ambos no acumulado do ano.
As exportações cearenses registraram o valor de US$ 251,4 milhões em julho de 2022, o que
corresponde a uma redução de 24% se comparado com mesmo mês do ano anterior. Já no acumulado
de 2022, as exportações somaram US$ 1,57 bilhão o que corresponde a um aumento de 9% se
comparado com o mesmo período do ano anterior.
Municípios que mais exportam no Ceará
Maracanaú teve 82% de crescimento nas exportações (US$ 113,2 milhões) no acumulado do ano, com foco no setor de ferro e aço, de alumínio e suas obras e de peles e couros.
Sobral veio em seguida com elevação de 27% nas exportações em consequência do aumento das vendas do setor calçadista, realizando um valor de US$ 81,3 milhões em vendas.
No acumulado do ano, Icapuí registrou US$ 25,7 milhões e variação positiva de 3% ante igual período do ano anterior. Destaque para venda de produtos da fruticultura, em especial melões, destinados a Reino Unido e Holanda, além de produtos do grupo de peixes congelados, destinados aos Estados Unidos, principalmente.
E com 4% de aumento nas exportações, Itapipoca apresentou valor de US$ 25,4 milhões em vendas para o Exterior. Setor calçadista com a Argentina como principal comprador ficou à frente.
Na contramão, Fortaleza obteve desempenho negativo de 47%, registrando o valor de US$ 109,9 milhões em exportações.
Principais produtos exportados pela capital foram combustíveis minerais, cocos e castanhas, tendo como principais destinos, respectivamente, Portugal e os Estados Unidos.
Produtos exportados pelo Ceará
O grupo de “ferro fundido, ferro e aço”, segue como principal setor exportador, com crescimento de 5%, e montante de US$ 883,7 milhões no acumulado de 2022.
O setor de calçados e suas partes veio em seguida (+46,6% e US$ 174 milhões), com avanço sobretudo em “calçados de borracha ou plásticos, com parte superior em tiras ou correias, fixados à sola por pregos, tachas, pinos e semelhantes”.
Quem compra do Ceará
No acumulado de 2022, o Ceará registrou US$ 430,5 milhões em exportações destinadas aos Estados Unidos, com redução de 54,5% ante igual período do ano anterior.
O país possui a maior representatividade no que se refere aos países de destino da pauta exportadora cearense, representando 27% do total vendido pelo Ceará para o Exterior.
A queda se deu em virtude da diminuição da venda de produtos do setor siderúrgico.
Depois vem México, que importou US$ 421,2 milhões do Estado, alta de 775%; Espanha, com expressivo aumento de 1.109% (US$ 82 milhões); Itália (US$ 78,4 milhões e quase 231%); e Argentina (alta de 50,4% no acumulado de 2022 e valor de US$ 60,9 milhões).
Fonte: O POVO