Os profissionais que atuam com artefatos de borracha (+0,48%) e serviços a terceiros e fornecimento de mão de obra (+0,01%) foram os únicos que conquistaram reajustes salariais acima da inflação nos quatro primeiros meses de 2022.
Os dados, apresentados nesta quarta-feira (25) pelo Salariômetro, da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), mostram que outras 25 categorias tiveram reposição igual ao INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).
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Por outro lado, os trabalhadores da área de radiodifusão e televisão (-1,92%), comércio de derivados de petróleo (-1,66%), refeições coletivas (-1,66%) e venda, compra, locação e administração de imóveis (-1,66%) apresentaram as maiores perdas reais entre janeiro e abril.
Em abril, somente 7,6% das negociações produziram aumento salarial acima da inflação de 11,7% acumulada pelo INPC nos últimos 12 meses. De acordo com o levantamento, 47% das negociações encerradas fizeram os trabalhadores amargar uma perda real. Entre as demais, 45,4% apenas igualaram os reajustes do índice.
A pesquisa revela que o reajuste recebido pelos profissionais foi, em média, de 10,7%, o que representa uma defasagem de 0,9% em relação ao índice usado para a correção dos salários mínimos, aposentadorias e pensões. Na análise mediana, que reduz as distorções entre as maiores e as menores variações, os reajustes foram equivalentes à inflação.
Segundo o levantamento, feito com base em dados do Ministério da Economia, as convenções resultaram em retornos maiores, de 11,7, que os obtidos em acordos coletivos (11%). Com a atualização, o piso médio oferecido aos trabalhadores nas negociações ficou em R$ 1.511.
O Salariômetro revela ainda que as projeções mostram que o estreitamento do espaço para reajustes com ganhos reais só é comparável ao período do segundo governo Dilma (2015-2016). A análise avalia que a inflação estimada deve se manter em dois dígitos até a data-base de setembro.