Os registros de crimes sexuais cometidos no Ceará voltaram a subir no ano de 2021, em comparação com 2020; o aumento foi de 6,4%, conforme dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Em números totais, os crimes passaram de 1.829 registros para 1.946. Em média, foram mais de cinco pessoas violentadas sexualmente no estado a cada 24 horas no ano passado.
Os dados divulgados pela Secretaria da Segurança Pública compreendem todos os crimes de estupro, estupro de vulnerável e exploração sexual de criança ou adolescente. Em nota, a pasta informou que houve redução no mês de janeiro de 2022 e atribui o aumento ao incentivo dado para que denúncias fossem feitas.
“A Secretaria da Segurança ressalta que os casos registrados entre os anos de 2020 e 2021 se devem principalmente ao incentivo a denúncias. É por meio da comunicação do crime às instituições policiais que as investigações iniciam, visando a identificação e a autoria dos crimes, bem como a compilação fiel de dados estatísticos”, afirmou.
Em janeiro de 2022, como adiantou a Secretaria da Segurança, houve uma inversão no crescimento de casos. Este foi o primeiro mês do ano menos violento sexualmente desde 2017, com 111 registros; média de 3,5 crimes sexuais por dia. O pior janeiro, neste caso, foi o de 2018, com 174 casos de estupro ou exploração sexual contabilizados no Ceará.
Rede de denúncias
A Secretaria da Segurança informou que desenvolve trabalho especializado no atendimento às vítimas de crimes sexuais. A sede em Fortaleza é na Casa da Mulher Brasileira, que abriga a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e o Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. Além dessa estrutura, o equipamento também conta com unidades do Ministério Público e da Defensoria Pública.
Há Delegacias de Defesa da Mulher em nove municípios cearenses, além da capital, sendo eles: Caucaia, Maracanaú, Pacatuba, Crato, Juazeiro do Norte, Sobral, Iguatu, Icó e Quixadá.
Quando as vítimas de violência sexual são crianças, a Secretaria da Segurança orienta que os casos sejam denunciados na Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dececa).
Se não houver delegacias especializadas no município, a denúncia pode ser formalizada em qualquer unidade policial, sendo ela metropolitana, regional ou municipal.
A Polícia Militar também dispõe de um núcleo especializado, chamado Grupo de Apoio às Vítimas de Violência (Gavv). Ele promove ações de repressão, além de acompanhamento e escuta das vítimas, com agentes de segurança com uma formação diferenciada. Já a Perícia Forense disponibiliza acolhimento humanizado às crianças, adolescentes e mulheres vítimas de crimes sexuais no Núcleo de Atendimento Especial à Mulher, Criança e Adolescente (Namca).
Fonte: G1 CE