73% dos cearenses são a favor da exigência de vacina para entrada em bares e restaurantes

A exigência da vacinação contra a Covid para que o público entre, por exemplo, em restaurantes e eventos culturais e esportivos é apoiada pela maioria dos moradores do Ceará. Pesquisa encomendada pelo Sistema Verdes Mares, e realizada, quinta-feira (11), pelo Instituto Opnus, revela que 73% dos cearenses são a favor da obrigatoriedade para entrada em bares e restaurantes, 81% em shows e eventos, e 82% em estádios de futebol.

O levantamento dos dados ocorreu um dia antes de o Governo do Estado declarar, nesta sexta-feira (12), que passará a exigir, a partir da segunda-feira (15), o chamado “passaporte de vacina” contra a Covid-19 em bares, restaurantes e eventos. O governador Camilo Santana (PT), em live, fez o anúncio da nova obrigatoriedade.

A pesquisa, realizada no Estado inteiro, ouviu a população de 16 anos ou mais. Ao todo, informa o Instituto, foram feitas 1.000 entrevistas.

O intervalo de confiança é de 95,0% e a margem de erro amostral máxima é de 3% para mais ou para menos sobre os resultados gerais. Do total, 48% dos entrevistados são do gênero masculino e 52% do feminino.
O apoio à obrigatoriedade para entrada em estádios de futebol é o maior, dentre os locais pesquisados. Nessa situação, 14% dos entrevistados disseram ser contrários à exigência e outros 4% não souberam opinar. Se considerada a divisão por gênero, 80% dos homens concordam com a exigência, e entre as mulheres o índice de aprovação chega a 85%.

No caso do ingresso em shows e eventos, o cenário de aprovação/reprovação é semelhante ao do cenário esportivo. Nessa situação, com 81% dos entrevistados a favor, outros 14% se manifestaram contra e 4% não souberam opinar. O Instituto explica que, como há um arredondamento das casas decimais na apresentação do resultado, a soma dos percentuais pode ser de 99% a 101%.

Para o ingresso em bares e restaurantes, os moradores do Ceará também apoiam a exigência, contudo, apesar dos índices altos de aprovação, esse o cenário, dentre os três investigados, com a maior taxa de negativa. Do total, 20% dos entrevistados são contra e 7% não têm opinião formada. Também nessa condição o apoio das mulheres à exigência (77%) é superior ao dos homens (69%), quando o recorte dos resultados é por gênero.

Percepção da opinião pública

O diretor do Instituto Opnus, Marciano Girão da Silva, explica que o passaporte de vacina é uma pauta mundial, no atual momento, e que a coleta de dados tem “o propósito de trazer para o debate cearense qual que é a opinião da população. No cenário nacional, temos esse número com mais acesso. Queremos trazer o retrato da população cearense para que a gente, no nível local, também possa saber com clareza o que as pessoas estão pensando sobre esse tema.”

Ele acrescenta que a percepção, após a coleta das informações, é que os cearenses têm aceitado essas exigência por entenderem que “ é algo que ainda precisa de muitos cuidados”. A pesquisa tem como responsável o direto técnico do Instituto Opnus, Pedro Barbosa.

comprovante vacina
Legenda: Nas cidades nas quais o passaporte de vacinação foi adotado as gestão usam, além do cartão de vacinação físico emitido na aplicação, o comprovante digital Foto: Camila Lima

Passaporte de Vacina no Ceará

A medida, já adotada em outros lugares do Brasil e do mundo, era cogitada no Ceará. Na segunda-feira (8), uma reunião do Governo do Estado com representantes do setor de eventos na Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), no Cambeba, tratou do assunto, mas a decisão só saiu no encontro, desta sexta-feira (12), do Comitê Estadual de Enfrentamento ao Coronavírus – colegiado responsável pela tomada de decisões sobre os decretos.

O passaporte de vacinação comprova a conclusão do esquema vacinal contra a Covid-19 e a ideia do Governo é passar a exigi-lo em todos estabelecimentos com circulação de pessoas, o que inclui restaurantes, bares, academias, dentre outros.

A expectativa é que ele seja a principal ferramenta de controle e prevenção do Governo para garantir as festas de fim de ano. O uso de máscara segue obrigatório.

Em Fortaleza, por exemplo, o prefeito Sarto Nogueira (PDT), já afirmou que foi criado um grupo de trabalho para discutir a possibilidade de realização de festas públicas de Réveillon.

Contudo, o passaporte vacinal, com as duas doses contra a Covid-19 completas, será obrigatório para quem deseja participar do evento independentemente do formato.

Fonte: Diário do Nordeste