Peritos criminais da Perícia Forense do Ceará (Pefoce) estão implementando uma nova metodologia de extração avançada de dados em dispositivos móveis, que consiste em atuar em aparelhos danificados. Para tanto, a técnica requer que o perito se utilize de todos os meios possíveis para a extração de dados. O método é minucioso e emprega microssolda e microscópio na análise.
Placa do celular
Nas palavras do perito criminal, Cristiano Moreira, que integra o Núcleo de Perícias Tecnológicas e Apoio Técnico (NPTAT), da Coordenadoria de Perícia Criminal (Copec) da Pefoce, algo similar já acontece hoje com os projéteis de arma de fogo, que são retirados dos corpos das vítimas e são encaminhados à confronto balístico. “Analogamente, a gente vai usar uma técnica um pouco mais invasiva, que vai desmontar todo o aparelho, para então conseguir o acesso diretamente aos dados através da placa do celular. Tudo isso demanda desde uma mudança de paradigmas até a necessidade de um ferramental e conhecimento específicos”, explica o perito Cristiano.
Benefício
Durante esse procedimento, o perito explica que há o risco de perda de dados. No entanto, o celular já está danificado e, caso se consiga extrair a informação, o benefício da técnica supera o risco. “Em relação à Pefoce, já estamos trabalhando na aquisição do ferramental e na capacitação dos peritos, através da transmissão dos conhecimentos que nós adquirimos no treinamento na cidade de São Paulo”, conta.
Expansão no Brasil
A técnica requer ainda que o perito tenha conhecimentos em microeletrônica e microssolda. Como os componentes são muito diminutos, é indispensável o uso de microscópio. Para realizar o procedimento corretamente, é preciso ampliar várias vezes a área que se pretende ligar o componente ao computador e fazer a extração direta dos dados. “Essa técnica é muito difundida e cientificamente aceita em tribunais fora do Brasil. Nacionalmente, os estados do Paraná e do Rio Grande do Norte já a utilizam bem e a técnica está em expansão em outros institutos de perícia brasileiros”, finaliza o perito criminal.
Fonte: Governo Estadual do Ceará