A taxa de contágio do novo coronavírus no Brasil registrou um leve aumento esta semana e voltou a ser igual a 1, o que significa que uma pessoa infectada pode transmitir o vírus para mais uma. O cálculo é do mais recente relatório do Imperial College de Londres, que mostra que o País está dentro de um cenário estável ou de crescimento lento. Os índices das três semanas anteriores oscilaram pouco e, pela análise, tem sido difícil consolidar uma tendência de queda de casos.
Desde abril, o País vinha apresentando taxas acima de 1, situação considerada “fora de controle”. Foi assim por 16 semanas consecutivas até que, em 19 de agosto, foi registrado um índice de 0,98, o que representa uma desaceleração do contágio. Porém, na semana seguinte, o valor voltou a ser igual a 1, seguido de uma leve queda para 0,94 na semana passada.
Essas variações tão pequenas dificultam estabelecer tendências de queda ou de crescimento, nem mesmo indicam se há mudanças significativas no comportamento da pandemia no País. A margem de erro da taxa de contágio ficou entre 0,95 e 1,06 esta semana. O relatório do Imperial College explica que o cálculo se baseia no número de mortes causadas pela covid-19 nos países e que a análise não considera intervenções de controle.
“A notificação de mortes e casos no Brasil está mudando; os resultados devem ser interpretados com cautela”, destaca a universidade britânica. O documento desta semana também mostra que, nos últimos 14 dias, o País reportou 62,3% das infecções pelo novo coronavírus, ou seja, não há uma notificação completa dos casos.
O Imperial College também faz previsões para cada país analisado e, em relação às mortes por covid-19, indica que no Brasil foram observados 5.741 óbitos na semana passada e a expectativa é de 6.080 esta semana. “A acurácia das previsões varia de acordo com a qualidade da vigilância e notificação em cada país”, observa a instituição.
Os pesquisadores que atuam na análise e elaboração dos relatórios semanais explicam que as projeções e estimativas de taxa de transmissão assumem que o país faz uma notificação constante de mortes. Ou seja, mesmo que as mortes não sejam subnotificadas, eles partem do pressuposto de uma taxa de notificação constante ao longo do tempo, mas isso nem sempre é válido.
As nações observadas são aquelas que possuem transmissão ativa, definidas por locais onde foram registradas pelo menos cem mortes até agora e que tenham contabilizado ao menos dez óbitos nas últimas duas semanas.
Fonte: R7